Um homem identificado como Reginaldo Alves da Silva, subtenente da Polícia Militar (PM), foi preso após matar o vizinho de 18 anos e balear um amigo da vítima de 26, na noite deste sábado (6), no bairro Paupina, em Fortaleza. Conforme testemunhas, Diogo Lima dos Santos, de 18 anos, estava chegando em casa quando foi atacado.
O PM teria atirado contra os dois jovens, que estavam em uma moto na rua Antero Quental. O outro rapaz — que não teve a identidade divulgada — levou um tiro na perna e foi socorrido para uma unidade hospitalar.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) o PM estava de folga. Após a chegada de Forças de Segurança no local do crime, o militar foi conduzido ao 30º Distrito Policial (DP) e autuado em flagrante por homicídio.
Em seguida, ele foi levado ao Presídio Militar. "Uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) também estiveram no local. Testemunhas foram ouvidas e as equipes da Polícia Civil seguem com as investigações sobre o caso", diz a SSPDS.
Segundo familiares, a mãe da vítima era inquilina do policial há 11 anos. Uma tia informou que o jovem era amigo do suspeito. Diogo deixa uma filha de dois anos e uma esposa, grávida do segundo filho do casal.
Em entrevista ao Sistema Verdes Mares durante o velório de Diogo neste domingo (7), Hilda Helena dos Santos desabafou sobre a perda do filho e comentou que o PM suspeito costumava ser amigo da família.
"Ele levava o Diogo para o estádio, para a praia. Ele cresceu junto com ele. Foi só esperar meu filho crescer para fazer isso com ele?", questionou a mãe da vítima.
HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA
Familiares de Diogo e moradores da região disseram que o agente de segurança possui um histórico extenso de casos de violência, além de uso de drogas. Recentemente, ele teria atirado contra o próprio sobrinho, que inclusive foi ao velório de Diogo neste domingo e disse que estava com "muita vergonha".
Maria Ivoneide dos Santos, tia do jovem morto, revela que o PM nunca era denunciado porque as pessoas tinha medo de represálias. Os parentes pedem que o policial fique preso.
"Por ele ser PM a gente ficava com medo. A gente nunca se metia e ia abafando o caso, aí olha o que aconteceu, né. Ele matou meu sobrinho, uma pessoa que ele sempre conheceu".