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terça-feira, 22 de maio de 2018

Tasso apresenta o general Theophilo como candidato


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Foram notadas e criticadas as ausências de representantes do PSD e SD, hoje fazendo parte do Governo

  O senador Tasso Jereissati (PSDB), ao apresentar o general Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira (PSDB) como candidato a governador do Estado do Ceará, declarou que nunca esteve tão só na política como agora. No evento, que contou apenas com as presenças de políticos do PROS e PSDB, ficou explicitado que o PSD e o Solidariedade não faziam mais parte do grupo, pois tinham acertado aliança com a base governista de Camilo Santana. Tasso foi pessoalmente informado por Domingos de sua saída do bloco oposicionista.

> Domingos Filho e Genecias deixaram de ser oposição

Em seu discurso de apresentação aos militantes presentes, o general tentou demonstrar conhecimento da máquina pública e fez diversas críticas à gestão de Camilo Santana. Ele também aproveitou o momento para lamentar as ausências de lideranças outrora de oposição, neste caso, do deputado Genecias Noronha (SD) e Domingos Filho, líder político do PSD.

Segurança Pública, Saúde, Educação e Geração de Emprego devem ser o foco do candidato tucano, conforme ele informou ao Diário do Nordeste, ontem, após a realização do evento. "Precisamos trabalhar com ética e profissionalismo, sem pedir nada em troca. Esse é o PSDB em que acredito", disse. "Conhecido no Ceará eu sou, não sou conhecido da classe política. E eu prefiro não ser conhecido dessa classe política", completou.

'Desastre'

Nos últimos meses, Theophilo iniciou uma série de incursões em alguns equipamentos do Estado e, segundo ele, a Saúde do Ceará está um "desastre", com índice de mortalidade infantil ainda preocupante. "Vi coisas que não tinha visto nem em países em situação de guerra. Pessoas, praticamente, parindo no chão. Fossa estourada no meio da Casa de Saúde, no hospital que leva o nome do meu avô, César Cals. Foi um choque muito grande", lamentou.

Ele apontou também uma série de problemas no sistema de Segurança Pública do Estado, afirmando que a solução é simples. "Precisamos investir em inteligência, formar uma ilha no nosso Estado. Precisamos de coragem, porque o que está faltando é autoridade", defendeu. Na Educação, o postulante afirmou que números estariam sendo "maquiados", visto que a situação ainda é crítica, principalmente, no Interior do Estado.

Guilherme Theophilo quer implantar no Ceará a "Administração 4.0", com foco na inovação. Ele disse que apresentou, ainda enquanto general da ativa, um projeto ao prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e ao governador Camilo Santana, mas não obteve respostas positivas sobre a implantação da iniciativa. "Precisamos investir na garotada e não construir obras monstruosas que não são prioridade para nosso Estado", criticou.

Sobre a crise hídrica no Ceará, o militar apontou que há, sim, uma "Indústria da Seca", visto que, há quase 20 anos, existiam 83 municípios necessitando de abastecimento de carros-pipa, o que não mudou desde então. "Temos que acabar com a 'Indústria da Seca'. O Exército recebe R$ 1,5 bilhão para distribuição de água. Fortaleza pode ser abastecida através da dessalinização".

Conchavos

No discurso, Theophilo afirmou também que pretende fazer um Governo de renovação, buscando "acabar com grupos políticos que dominam há muito tempo. Quero trazer o orgulho de ser cearense". Durante o evento, poucas foram as lideranças políticas do Estado que se fizeram presentes. Dentre eles estavam o presidente estadual do PROS, Capitão Wagner; e o vice-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PSDB).

Tasso Jereissati, em um discurso enfático, criticou "conchavos" políticos que estariam sendo realizados e que teriam resultado na saída do Solidariedade e do PSD da base oposicionista. "Eu acredito que se não fosse aqui o meu amigo Capitão Wagner... Eu, na minha vida política, desde 1986, nunca estive tão só. Isso é inédito. Estamos aqui, apenas esses dois partidos", lamentou o senador tucano. Ele destacou ainda que "ganhar ou perder faz parte. Feio é se omitir por comodidade".

"Hoje mesmo estamos vendo uma rodada de negociações lá pelas bandas do Governo. Eu quero dizer que a candidatura do general Guilherme significa que nós não vamos, nesta eleição, participar de conchavos, negócios, trocas, acordos de nenhum tipo, sejam quais forem as vantagens", apontou Tasso.

A debandada de opositores teve início com a aproximação do senador Eunício Oliveira (MDB) ao Governo Camilo Santana. Para o senador Tasso Jereissati, o emedebista tem comportamento estranho. "Quando sai da fronteira do Ceará, ele é Temer. Quando entra no Ceará ele é Lula. Temos que entender melhor a posição dele", ironizou.

Ainda de acordo com o parlamentar, o sistema político faliu e muitos políticos vêm se comportando de forma "promíscua" utilizando dinheiro público. "Por isso estamos trazendo aquilo que é melhor para o Ceará. Um homem sério, fora da política, que não aceita esse tipo de política antiga. Correto, sem Lava-Jato", disse, referindo-se ao general com o slogan: "Bota moral, General", concluiu.

Roberto Pessoa, por sua vez, fez críticas aos até recentemente aliados, que tornaram-se aliados do Governo. "Quando o barco está para afundar, os ratos são os primeiros a pular fora. Só que o barco não está afundando", disse, afirmando que o Solidariedade já estaria ao lado da atual gestão e que o PSD "está indo". 

Red; DN