No Ceará, já foram confirmados 110 casos de microcefalia ou malformações no sistema nervoso central sugestivos de infecção congênita ( FOTO: FABIANE DE PAULA ) |
Aprofundando investigações sobre os problemas causados pelo vírus zika aos recém-nascidos, a Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac) - junto a outras unidades do País - começa a abordar outros diagnósticos, enquadrados no que agora é chamada de síndrome congênita do vírus zika. Isso significa que, além de provocar a microcefalia, a contaminação pelo vírus poderia induzir a outros transtornos graves, mesmo que a criança nasça com o perímetro encefálico apontado como normal.
Dentre esses outros, estão incluídos problemas no sistema auditivo, lesões oculares, artrogripose (condição que provoca contrações nas articulações) e dilatação nos ventrículos cerebrais, o que promove um acúmulo de líquidos na região e impede o desenvolvimento correto do órgão. "Quando falávamos em microcefalia, já sabíamos que era apenas a ponta do iceberg. Deveriam ter outras lesões, que estavam sendo identificadas aos poucos e que representariam um quantitativo maior de crianças afetadas pelo vírus zika. É uma síndrome nova e ainda não conhecemos todas as suas apresentações", esclarece o coordenador de Medicina Fetal da Meac, Herlânio Costa.
O especialista afirma que, até então, o foco dos diagnósticos eram para os casos de microcefalia e alterações no sistema nervoso central, mas existem meios para a detecção de outros problemas relacionados ao vírus. "Um dos exames é a neurossonografia fetal, que nos mostra detalhes do sistema nervoso ainda durante a gestação. Na própria Meac, já temos equipe realizando esse tipo de exame, quando há suspeita de lesão neurológica", conta Herlânio Costa. Até o dia 1º de junho, o Ministério da Saúde apontava que, no Ceará, 110 casos de microcefalia ou malformações no sistema nervoso central sugestivos de infecção congênita já haviam sido confirmados, enquanto outros 186 encontram-se sob investigação. Em todo o Brasil, são 1.489 ocorrências contabilizadas, com outras 7.723 em investigação.
O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, já havia anunciado, durante a 69ª Assembleia Mundial da Saúde, realizada no último dia 23 de maio, na Suíça, que os casos notificados no sistema de vigilância, mas descartados para microcefalia, seriam monitorados. A ideia do gestor federal é verificar outras consequências da infecção pelo vírus zika.
Gestação
Dessa forma, a vigilância se estende também àquelas crianças que não tiveram a anomalia encefálica, mas cujas mães foram infectadas pelo vírus durante a gestação. O Governo Federal trabalha agora na definição das instituições que deverão oferecer o acompanhamento a fim de identificar se o vírus zika pode estar relacionado a outras consequências que comprometam o desenvolvimento das crianças.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu alerta, na última semana, sobre a possibilidade de existência de uma nova síndrome congênita, alegando que os problemas "podem afetar vários milhares de bebês".
Diário do Nordeste
Dentre esses outros, estão incluídos problemas no sistema auditivo, lesões oculares, artrogripose (condição que provoca contrações nas articulações) e dilatação nos ventrículos cerebrais, o que promove um acúmulo de líquidos na região e impede o desenvolvimento correto do órgão. "Quando falávamos em microcefalia, já sabíamos que era apenas a ponta do iceberg. Deveriam ter outras lesões, que estavam sendo identificadas aos poucos e que representariam um quantitativo maior de crianças afetadas pelo vírus zika. É uma síndrome nova e ainda não conhecemos todas as suas apresentações", esclarece o coordenador de Medicina Fetal da Meac, Herlânio Costa.
O especialista afirma que, até então, o foco dos diagnósticos eram para os casos de microcefalia e alterações no sistema nervoso central, mas existem meios para a detecção de outros problemas relacionados ao vírus. "Um dos exames é a neurossonografia fetal, que nos mostra detalhes do sistema nervoso ainda durante a gestação. Na própria Meac, já temos equipe realizando esse tipo de exame, quando há suspeita de lesão neurológica", conta Herlânio Costa. Até o dia 1º de junho, o Ministério da Saúde apontava que, no Ceará, 110 casos de microcefalia ou malformações no sistema nervoso central sugestivos de infecção congênita já haviam sido confirmados, enquanto outros 186 encontram-se sob investigação. Em todo o Brasil, são 1.489 ocorrências contabilizadas, com outras 7.723 em investigação.
O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, já havia anunciado, durante a 69ª Assembleia Mundial da Saúde, realizada no último dia 23 de maio, na Suíça, que os casos notificados no sistema de vigilância, mas descartados para microcefalia, seriam monitorados. A ideia do gestor federal é verificar outras consequências da infecção pelo vírus zika.
Gestação
Dessa forma, a vigilância se estende também àquelas crianças que não tiveram a anomalia encefálica, mas cujas mães foram infectadas pelo vírus durante a gestação. O Governo Federal trabalha agora na definição das instituições que deverão oferecer o acompanhamento a fim de identificar se o vírus zika pode estar relacionado a outras consequências que comprometam o desenvolvimento das crianças.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu alerta, na última semana, sobre a possibilidade de existência de uma nova síndrome congênita, alegando que os problemas "podem afetar vários milhares de bebês".
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