Lula ponderou, contudo, que trabalha para construir candidatura de uma pessoa mais nova que ele ( Foto: ABR ) |
São Paulo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu a possibilidade de ser candidato à sucessão presidencial em 2018 para "evitar a destruição das políticas de inclusão social".
Em entrevista à televisão venezuelana "Telesur", o petista ponderou, contudo, que não gostaria de se ver candidato e que trabalha para construir a candidatura de uma pessoa mais nova que ele, que tem 70 anos.
"Eu trabalho com a ideia de que possamos construir a possibilidade de uma outra candidatura, de ter uma pessoa mais nova que não foi presidente. Eu já fui presidente, não preciso ser presidente outra vez", disse.
O petista acusou, na entrevista, Michel Temer de atuar como se fosse presidente definitivo e disse que o governo interino "virará as costas para a América do Sul" e não quer "enxergar os BRICs". Segundo Lula, o discurso feito pelo ministro José Serra (Relações Exteriores) em sua cerimônia de posse é o da "elite brasileira", criticou. "Eles estão colocando em prática o que sempre fizeram e acreditaram", disse. "O Brasil está voltando a falar fino com os Estados Unidos e grosso com a Bolívia", acrescentou. Para ele, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff ainda pode ser revertido no Senado Federal.
O discurso foi repetido ontem, em reunião com dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, quando Lula disse que o momento atual "é como se a Dilma estivesse viajando".
Autocrítica
No encontro com sindicalistas, Lula fez autocrítica ao PT. Segundo ele, o partido se preocupou demais com os resultados eleitorais. "A extrema esquerda e a extrema direita podem levantar um monte de viadutos, do mesmo jeito. O que faz diferença são as relações que você estabelece com a sociedade organizada", disse. Ontem, Lula falou também com jornalistas dos canais Russia Today, TVE (Espanha).
Diário do Nordeste