Oito pessoas foram presas e autuadas em flagrante por tentativa de estelionato e associação criminosa no 25° DP (Vila União). A ação ocorreu ontem no bairro Montese após denúncia de uma moradora que suspeitou estar sendo vítima de um golpe. Segundo a Polícia, o grupo estava atuando no Ceará há cerca de 15 dias. Todos os acusados são de Sergipe.
Os suspeitos chegavam na casa das vítimas em uma van e contavam que estavam ali realizando uma pesquisa para a Prefeitura ou para a empresa que eles supostamente prestavam serviços. Apresentavam produtos e convenciam o morador de que eram ex-usuários de drogas, mas estavam mudando de vida e ingressando na universidade.
Para isso, precisavam de ajuda e pediam dinheiro à vítima que era cadastrado como um "padrinho" daquele estudante. Aceitavam pagamentos em cheque, à vista ou cartão, parcelando a quantia em até dez vezes, cerca, de 190 reais.
Quando o morador escolhia pagar no cartão, a Polícia suspeita que a máquina utilizada clonava os dados, de acordo com o delegado titular do 25° DP, Alísio da Justa.
Credibilidade
Para passar credibilidade, o grupo utilizava fardamento, uma blusa com a inscrição de uma suposta papelaria "Livraria Lápis Dourado" e o número de telefone. A Polícia informou que o número é falso.
O chefe da quadrilha, identificado apenas como Edivaldo, está foragido. Segundo Justa, ele ficava com as maquinetas e entregava aos comparsas no momento do golpe. Os suspeitos negaram as acusações.
De acordo com o delegado Alízio Justa, o grupo viajava pelo País efetuando o mesmo golpe em outras cidades, como Campo Grande, Brasília e São Paulo. "A intenção deles era sair por vários estados do Brasil. Uma pessoa que mora em Fortaleza, mas é natural de Sergipe, conseguiu um imóvel para que o grupo se instalar aqui na Capital", afirmou o titular do 25º DP.
Além do Montese, segundo Alísio Justa, a quadrilha agia em outros bairros. "Já tinham ido ao bairro Sapiranga e estavam se espalhando pela cidade toda".
A maioria dos presos não tinha passagem pela Polícia. São eles: Fernanda Mascarenhas da Silva, Flávia Camila da Silva, Roniere de Jesus Melo Alves de Rodrigues, Gilvan Oliveira da Costa e Edileuson Santos da Silva (motorista da van).
Antecedentes
Já Douglas Santos da Costa responde por receptação de produtos roubados, Danilo Batista dos Santos por roubo e José Paulo da Silva Santos por estelionato. A Polícia declarou que nem todos forneceram documento de identidade. Na van, havia formulários utilizados para o falso cadastro dos 'padrinhos', livros e uma máquina de cartões.
Diário do Nordeste