Começa a tramitar, amanhã, na Assembleia Legislativa, com a abertura do novo ano legislativo, importante mensagem do Governo do Estado, referente à segurança pública do Estado, que trata da instalação da tecnologia de bloqueadores de celulares nos presídios do Estado. Especialistas relatam que é de dentro das prisões que presos comandam o crime no Estado, dentre eles, o tráfico de drogas, que fazem milhares de vítimas por ano no Ceará. Há anos, o Governo tenta implantar o sistema, mas devido à ineficácia da tecnologia, que gerava interferência nos sinais de moradores próximos aos presídios, a medida nunca pode ser adotada. Mesmo não sabendo o teor da mensagem, parlamentares de oposição e situação já sinalizam concordar com a medida, que deve ser aprovada por unanimidade pelos pares.
De acordo com o vice- líder do Governo, deputado Júlio César Filho (PMB), a instalação do sistema de bloqueadores vem ao encontro da necessidade de ampliar a segurança nos presídios e a única forma de coibir a comunicação dos presos dentro e fora dos presídios. “A tecnologia anterior não era eficiente e não só bloqueava apenas dentro dos presídios, como interferia em uma grande área da vizinhança. Agora, o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), adquiriu uma tecnologia mais avançada, para que o bloqueio ocorra somente na área do presídio”, explica.
Conforme o vice-líder, muitas ações são feitas na tentativa de coibir a entrada de aparelhos nas cadeias, como a utilização do body scaneers, que são equipamentos que realizam uma vistoria intracorpórea. Além disso, o deputado salienta que a Secretaria da Justiça, também no combate ao uso do aparelho nas cadeias, tem intensificado as vistorias internas.
Arremesso
De acordo com a Sejus, e como já mostrou o jornal O Estado, em 2014, 6.285 aparelhos foram apreendidos nas celas. Em 2015, foram 502 aparelhos por mês. De acordo com o secretário adjunto da Sejus, Sandro Camilo, entre as formas mais comuns de os aparelhos chegarem às mãos dos presidiários, é por meio de arremesso pelas muralhas. “A dificuldade é que da mesma forma que tentamos coibir, eles buscam outra maneira dos celulares entrarem. O bloqueador, sim, inibiria por completo, pois o aparelho fica sem função”, ressaltou.
Ideal
Pontuando ser a favor da medida, o deputado Ferreira Aragão (PDT) lembra que o sistema além fazer com que os presidiários percam a comunicação, a Polícia também deixa de acompanhar as ações dos bandidos. “Mas, o ideal é bloquear. Eu sou a favor do bloqueio. Isso desarticula as quadrilhas. Elas, por meio do celular, orquestram vários golpes e conseguem dinheiro dentro dos presídios”, frisa.
O deputado de oposição Audic Mota (PMDB) salienta que é uma “boa medida” para diminuir e combater o crime organizado. “Nós sabemos que grande parte da inteligência do crime está nos presídios. Nós, nos últimos anos, estamos aterrorizados pelo que está acontecendo no nosso estado. Essas gangues, fazendo acordos paralelos, tentando criar estados paralelos, é algo muito perigoso, e acho que e uma boa medida do Governador”, pontua.
Ociosidade
“Essa medida deveria ter sido adotada há muito tempo”, avaliou o deputado Ely Aguiar (PSDC), que, constantemente vai à tribuna da casa para tratar dos casos de violência no Estado. “Todos sabem que muitas ordens para execução, sequestro, saem de dentro dos presídios”, ressalva. O parlamentar defende ainda que os o Governo do Estado deveria transformar os presídios em unidades de trabalho, para tirar os presos da ociosidade. “Os produtos fabricados, seriam adquiridos pelo próprio Governo, e entregue à associações que atendem a comunidades carentes. Os presos fabricariam bolas, chinelas, cadeiras de rodas, ao invés de comandar o crime”, pontuou.
O Estado CE