-->

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Cunha diz que não deixa comando da Câmara


O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a afirmar ontem que vai continuar no cargo sob “qualquer circunstância”.

Cunha foi questionado sobre a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, que afirmou na última terça-feira, 2, a intenção de julgar primeiro a abertura de denúncia contra o peemedebista por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, antes de analisar o pedido de afastamento de Cunha da presidência da Casa.

“Já fui réu quando era líder do PMDB. Me tornei réu sob a relatoria de Gilmar Mendes e fui absolvido na sequência. Tem vários que estão aqui que são réus. Eu espero que não possa ser aceita a denúncia, inclusive há uma discussão jurídica que vai ser posta lá. O fato de aceitar a denúncia não significa que eu sou condenado”, disse o presidente da Câmara.

“Acredito que possa não ser aceita porque meus argumentos são muito fortes. Vou continuar em qualquer circunstância.”

Protesto

Enquanto respondia a perguntas de jornalistas, Cunha voltou a ser alvo de uma manifestação de uma já conhecida adversária política, a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), que gritou “Fora Cunha”, “devolve o dinheiro da Suíça” e “o nosso povo merece respeito”. Cunha chegou a se atrapalhar no início do protesto da deputada, mas seguiu como se nada ocorresse.

Seguranças tentaram retirá-la do Salão Verde, ao que ela contestou, afirmando ser parlamentar, e continuou com o protesto. “Se eu fosse me preocupar com uma manifestação solitária, não estaria exercendo a vida pública. É para isso. Ainda bem que são só solitárias”, comentou Cunha.

O peemedebista também falou sobre a convocação, pelo presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), de uma reunião do colegiado ontem. Para aliados de Cunha, há irregularidades na marcação da reunião, a começar por nem todos os membros terem sido avisados.

Nova sessão

Um deles, o deputado Paulinho da Força (SD-SP), que é um dos mais empenhados defensores de Cunha na Casa, disse que até por volta das 17 horas não havia sido avisado de nenhuma reunião. Afirmou que a sessão teria todas as condições de ser anulada novamente.

“O presidente do Conselho parece agir a meu favor e acaba me prejudicando. Basta ele obedecer ao Regimento. Na medida que ele age assim, age para que o processo seja livrado de imunidade, acabe sendo retornado, e ele possa permanecer na mídia e acaba como manobra minha. 

Se alguém não cumpre o regimento, deveria ser cobrado por não cumprir o regimento. Vou perder meus direitos regimentais, vou atropelar o meu processo legal para fazer valer aquilo que alguém acha melhor porque com isso você desobedece o regimento?”, 
questionou o deputado. (Folhapress)

Saiba mais

Delcídio

Em duas manifestações protocoladas no STF nesta semana, a defesa do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) afirmou que sua atuação como “opositor ferrenho” do esquema do mensalão, quando presidiu a CPI dos Correios entre 2005 e 2006, “custou a falta de apoio político do próprio Partido dos Trabalhadores ao seu nome, para as eleições ao governo do Mato Grosso do Sul, o que resultou na sua derrota nas urnas”.


O senador perdeu a disputa em 2006 para André Puccinelli, do PMDB.

O Povo Online