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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

No primeiro Clássico-Rei sem torcida da história, Ceará goleia Fortaleza


A rotina no bairro Benfica, em Fortaleza, onde se localiza o Estádio Presidente Vargas, não teve nenhuma mudança nesta quinta-feira (1º). Nada de torcedores em frente ao estádio, nem camelôs vendendo camisas ou comidas. Ninguém nas calçadas observando o ambiente. Nas ruas, uns poucos transeuntes e os carros indo e vindo. Do lado de dentro, nada de canções de torcida ou o ruído tradicional das pessoas que conversam nas arquibancadas. De som mesmo, só a orquestração da banda militar do 23º Batalhão de Caçadores, com sede próxima à praça esportiva. Neste cenário, desenhou-se o primeiro Clássico-Rei da história sem torcida. O jogo, válido pela Taça Fares Lopes, terminou com um placar de 4 a 1 para o Vovô. Mas poucas pessoas presenciaram os cinco marcados.

Ceará e Fortaleza foram punidos pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol no Ceará (TJDF-CE) pela confusão provocada pelas suas torcidas na Arena Castelão, após o segundo jogo da final do Campeonato Cearense deste ano. No julgamento, o Vovô foi apenado com 14 jogos e Leão com 19. Por isso, os jogos pela Fares Lopes em que uma das equipes tem o mando de campo é de portões fechados.

E o 7º Clássico-Rei de 2016 foi exatamente assim. Nas arquibancadas, pouco mais de 20 pessoas se espalhavam entre as cadeiras. Nada de torcedor propriamente dito. Mas sim, jogadores da base, dirigentes, funcionários do PV e integrantes das comissões técnicas alvinegras e tricolores.

- A gente sempre sonha com a casa cheia, né? Mas o importante é que eu marquei um gol e foi em um Clássico-Rei. Mas é uma pena mesmo não ter torcida - disse o atacante Romarinho, que fez o gol de honra do Leão do Pici. Foi o primeiro dele em jogo contra o Vovô.

Com a bola rolando, os dois times brigaram muito pelo resultado. O Ceará veio a campo com os reservas do elenco principal. Alguns atletas do base ficaram no banco de reservas. Já o Fortaleza apostou em um time titular misto, com quatro jogadores do elenco principal e o restante da equipe sub-20. Enquanto isso, o restante dos elencos principais já treinavam visando os próximos compromissos pelas Séries B e C.

Com mais experiência, mas sem entrosamento, o Alvinegro teve mais posse de bola e dominou as ações. No entanto, terminou o 1º tempo ganhando só por 1 a 0, gol de Fabinho. Resultado do empenho dos atletas leoninos em segurar a pressão e tentar o contra-ataque. Na 2ª etapa, a história foi bem outra. O fato de ter jogadores mais acostumados ao futebol de alto rendimento fez com que o Vovô dominasse a partida de vez e abrisse vantagem.

Em boa triangulação no campo de ataque, Alan Fabrício aumentou para 2 a 0. O terceiro gol não demorou a sair. Em cruzamento, Siloé marcou quase no chão, depois de escorregar. E foi dele ainda o quarto gol, fechando a contagem pelo lado alvinegro. Romarinho ainda descontaria para o Tricolor.

- Não importa se o jogo é com elenco A, B, C ou D. O importante é que é Clássico-Rei e que a gente conseguiu marcar - ponderou Siloé, artilheiro do jogo e do Ceará na Fares Lopes. Até então, o time alvinegro não havia marcado nenhum gol na competição e vinha de duas derrotas (ambas por 1 a 0 para Ferroviário e Tiradentes).

Globo Esporte/CE