Russas. Com abastecimento irregular há mais de um mês, moradores da sede deste Município têm elevado os gastos para sanar as necessidades básicas de água, isso porque a fonte de captação da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), no leito do Rio Jaguaribe, baixou e tornou-se insuficiente para o abastecimento. A Companhia informou que o problema deverá ser normalizado gradativamente a partir de hoje.
Á água para os russanos ficou cara, pelo menos na última semana onde todo o centro da cidade reclamou da sua falta. Quem transpõe a passagem molhada sobre o Rio Jaguaribe, na comunidade de Pedro Ribeiro, consegue entender o motivo de tantas reclamações. É que o trecho que era perenizado principalmente pelo Rio Banabuiú baixou, a ponto de a captação da Cagece não conseguir água para o abastecimento da cidade. "O rio tá seco, seco. Se não tem água pra levar pra cidade, imagina pra nós que moramos na zona rural", reclamou o agricultor Nelson da Costa, que tem presenciado as reclamações dos moradores da sede do Município.
Para tentar atender à demanda doméstica e de consumo humano, o jeito encontrado pelos moradores foi comprar, o que impactou no bolso. A secretária Consuela de Souza conta que, desde a última quinta-feira (15), começou a faltar água na rua onde mora, no bairro Catumbela, e que já no sábado, a caixa d'água já estava seca.
"Não pensávamos que essa falta fosse demorar e, no sábado, não tínhamos água pra nada. O jeito foi nos socorrermos comprando água e é com ela que estamos fazendo tudo", reclama a secretária.
Ela conta que, nos últimos oito dias, teve que comprar seis galões de água, 20 litros cada, para o consumo dela, do esposo e da filha. "Cada galão custou R$ 4,50, o que já dá R$ 27. É um gasto extra e que, mesmo assim, não atende a toda nossa necessidade", complementa.
Segundo a gerente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Russas (CDL), Maria das Graças dos Santos Teles, o comércio também vem sendo afetado. "Já temos o conhecimento de lojas que estão há dias sem água. Hoje por exemplo, o funcionário de uma loja de construção informou que não há água sequer para lavar as mãos. Outra, que foi ampliada, ainda não realizou a mudança porque não tem água para lavar a nova ala. Infelizmente isso está acontecendo e não sabemos o porquê", afirmou.
Ajuste
Em Nota, a Cagece informou que a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), responsável pela distribuição de água bruta para a Cagece, ajustou a metodologia de abastecimento de Russas para preservar o volume do Castanhão. Acrescentou que essa mudança ocasionou alguns pontos de desabastecimento, citando que o problema não afeta todo o Município. Finalizou informando que a regularização da captação de água bruta deverá ocorrer até hoje e o abastecimento será normalizado gradativamente.
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Como é viver sem água?
"Ficar sem água em casa é pior do que ficar sem comida. Temos que comprar todos os dias
para atender nossas necessidades básicas e não sabemos quando esse tormento vai acabar
de uma vez por todas"
Consuela de Souza
Secretária
"A falta de água está afetando nossos trabalhos. O comércio já enfrenta muitos problemas.
Também afeta nossa família, porque não temos água em casa. Precisamos de uma resposta o mais rápido possível"
Maria das Graças Teles
Gerente da CDL
Mais informações:
Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece)
Av. Dr. Lauro Vieira Chaves, 1030
Vila União, Fortaleza (CE)
0800 275 019
Colaboradora: Ellen Freitas
Diário do Nordeste