Na véspera da viagem oficial de trabalho aos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião com os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) para tratar dos desdobramentos da Operação Lava Jato, que provocaram um novo desconforto no Palácio do Planalto.
Para auxiliares da presidente Dilma Rousseff, a Lava Jato causa apreensão por não se saber ainda a extensão total das investigações, que chegam cada vez mais próximo do Planalto.
O ministro Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha de reeleição da petista, foi citado na delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, à Procuradoria-Geral da República. No depoimento, o executivo detalhou repasses de R$ 7,5 milhões pela UTC para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014.
Edinho informou ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, que esteve com o empresário Ricardo Pessoa por três vezes para tratar de doações de campanha, e ressaltou que "as contas da campanha presidencial de Dilma Rousseff foram auditadas e aprovadas por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)".
Pessoa também apresentou à Procuradoria-Geral da República (PGR) documento no qual lista suposto pagamento de caixa 2, no valor de R$ 250 mil, ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Conforme a relação, o pagamento a Mercadante foi referente à campanha pelo governo de São Paulo em 2010.
"Desconheço o teor da delação premiada do senhor Ricardo Pessoa", informou Mercadante, em nota. "A empresa UTC, por ocasião da campanha ao Governo do Estado de São Paulo, em 2010, fez uma única contribuição, devidamente contabilizada e declarada à Justiça Eleitoral, no valor de R$ 250 mil reais, conforme demonstrado em minha prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral. Essa doação foi feita em 27 de agosto de 2010, com recibo eleitoral nº 13001092079", alegou o ministro.
A revelação do teor da delação premiada de Pessoa ocorre num momento em que o Planalto pretende concentrar as atenções na visita oficial de trabalho da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, quando o governo pretende desviar o foco do noticiário interno e emplacar uma agenda positiva internacional, normalizando as relações com a Casa Branca após o desgaste provocado com o esquema de espionagem revelado pelo ex-analista da NSA Edward Snowden.
O Povo Online