Desde a noite da ultima segunda-feira, e durante a manhã de hoje, a Linha Sul doMetrofor, que opera comercialmente há dois mese, circulou com apenas dois dos três trens atuais, causando uma espera de cerca de 40 minutos e superlotação. Além disso, os usuários já apontam que o equipamento apresenta constantes problemas, além de falta de informações sobre os atrasos.
O editor de vídeo Rafael dos Santos estava noCentro quando o metrô parou de funcionar na noite de ontem. “Quem estava nas outras estações teve que voltar à bilheteria para pegar de volta o ticket”, disse. Segundo ele, um funcionário da estação ainda foi irônico: “Se tiver coragem, espere o próximo, que só vem daqui a 40 minutos”. Outros passageiros disseram que esperaram por cerca de uma hora ainda dentro da composição lotada, o que causou transtornos como crianças chorando epessoas passando mal.
Na noite de hoje, a situação já havia sido normalizada. A Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) informou, por meio da assessoria de imprensa, que no fim desta manhã, os três trens voltaram a operar com intervalos de 27 minutos entre cada um.
Ainda assim, os usuários insistem que as adversidades com o metrô já se tornaram rotineiras. “Hoje, aqui está mais vago, mas isso não é comum. Desde que começou a funcionar, os vagões são sempre lotados e às vezes a espera é maior do que devia. Nunca tem ninguém para dar informações, virou uma verdadeira bagunça”, reclamaram algumas passageiras enquanto se preparavam para embarcar.
Os que esperam diariamente pelo metrô colocam ainda que, normalmente, o número de trens em operação é menor que os três divulgados pelo Metrofor, o que não atende à demanda. “Peguei um metrô hoje pela manhã que praticamente não dava mais para entrar. Quase sempre operam só dois metrôs, o que não é suficiente para o número de usuários”, queixa-se o vendedor autônomo David Pessoa.
Outro complicador, para os passageiros, é a falta de informação. Nas estações, não há avisos sobre os atrasos e os passageiros só descobrem o problema após esperarem mais do que o normal. “O trem atrasa e eles não avisam nada”, afirmou a assistente administrativa Tatiana Melo, que hoje resolveu ir de ônibus da Vila Pery, onde mora, para o trabalho. “Eu estava chegando constantemente atrasada”, diz.
Insegurança
Outra reclamação dos usuários é com relação à falta de segurança. Ainda nesta segunda-feira, a assistente administrativa viu um homem entrar em um dos vagões com uma faca de mesa na mão. “Como viram que ele tinha uma arma, a pessoas gritaram e ele jogou a faca no chão”, contou. Conforme ela, o suspeito seguiu viagem no trem lotado.
Também são corriqueiros os atos de depredação, em que os trens têm as janelas quebradas ao longo do trajeto. Além do risco de lesionar os passageiros, há ainda o prejuízo.
Em nota, a Metrofor confirmou que um dos trens apresentou um problema na Estação Carlito Benevides (Pacatuba), não circulando às 6h30, gerando uma espera de até 40 minutos, mas não explicou a causa. Com relação à falta de informações aos usuários, o Metrofor explicou que, em casos de ações não programadas, “por falhas no funcionamento dos trens, e não ações de manutenção, não é possível comunicar com antecipação”.
A companhia disse ainda que está aperfeiçoando os serviços e a maioria dos atrasos se deve a falhas em equipamentos, como as portas dos trens. Além disso, os passageiros que não conseguiram embarcar após às 19h de segunda-feira tiveram o valor das passagens devolvidos nas bilheterias ainda abertas e, nas estações já fechadas, um agente entregou vales para ingresso posterior na Linha Sul.
A Metrofor ainda informou que mantém seguranças particulares dentro das estações, nos vagões e no entorno da via metroferroviária e que a segurança externa é feita pela Polícia Militar. Já as ações de depredação são combatidas através de campanhas em escolas e, quando o depredador é identificado, o caso é apresentado à Polícia para os procedimentos legais.
Fonte: Diário do Nordeste