-->

sábado, 19 de abril de 2014

Após prisão, PMs ameaçam voltar greve na Bahia



Os policiais militares da Bahia ameaçam retomar a greve no Estado em retaliação à prisão, ontem, do soldado Marco Prisco, líder do movimento encerrado nesta semana.
 
Vereador em Salvador pelo PSDB e diretor-geral da Aspra, uma das associações que encabeçaram a paralisação, Prisco foi detido pela Polícia Federal em um resort na região da Costa do Sauípe (litoral norte da Bahia), segundo informações do Ministério Público Federal.
 
De acordo com o vice-presidente da Aspra, Fabio Brito, a prisão de Prisco poderá desencadear uma nova paralisação da PM baiana. A greve anterior durou cerca de dois dias e foi encerrada na sexta-feira após acordo entre os policiais e o Estado.
 
Brito afirmou que líderes da categoria estão reunidos e devem realizar uma nova assembleia, no mesmo parque aquático inativo onde foi deflagrada a greve da última terça-feira.
 
Brito afirmou que líderes da categoria estão reunidos e devem realizar uma nova assembleia, no mesmo parque aquático inativo onde foi deflagrada a greve da última terça-feira.
 
"Foi uma traição. Assim fica difícil confiar nos Poderes da Bahia. Os policiais não ficaram satisfeitos em saber que no dia seguinte ao fim da greve um dos nossos líderes foi preso", disse.
 
A prisão, de acordo com a Procuradoria, que fez o pedido, não tem relação com a greve desta semana, mas com a paralisação realizada em 2012.

O Ministério Público Federal move desde abril de 2013 uma ação penal que resultou na denúncia de Prisco e de outras seis pessoas sob acusação de crimes cometidos durante a greve da PM, que durou 12 dias entre janeiro e fevereiro de 2012.
 
O MPF afirmou que Prisco é processado por "crime político grave" e que a intenção do pedido de prisão foi "garantir a ordem pública". O vereador será levado para Brasília, onde ficará no Complexo Penitenciário da Papuda. Qualquer recurso contra sua detenção só poderá ser ajuizado no Supremo Tribunal Federal (STF).
 
O fim da greve da Polícia Militar da Bahia se refletiu ontem em mais segurança nas áreas turísticas e nobres da capital Salvador, mas na periferia - cenário das ocorrências mais graves durante a paralisação - o policiamento ainda era escasso.
 
A reportagem circulou pela orla, Centro e bairros afastados da capital baiana pela manhã. Constatou cenários diferentes: PMs e homens da Força Nacional em pontos turísticos e ausência de policiamento na periferia.
 
Apesar do fim da greve, tropas federais deverão permanecer na Bahia até segunda-feira, quando haverá nova avaliação da situação da segurança.
 
O clima mais tranquilo fez o comércio reabrir no Centro ontem, mesmo com o feriado da Semana Santa. Banhistas voltaram a ocupar as praias da cidade. Os ônibus retomaram a circulação em escala normal.
 
Apoio federal
A presidente Dilma Rousseff (PT) disse na manhã de quinta no Twitter que é "inadmissível que a segurança da população baiana fique em risco". Dilma disse também que o governador da Bahia, Jaques Wagner, tem todo o apoio do governo.
 
Na quarta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que a greve de policiais militares na Bahia "é claramente inconstitucional".
 
"As reivindicações podem ser legítimas, podem ser justas. Agora, quando elas se colocam contra a sociedade, trazendo insegurança, não podem ser tidas como legítimas", disse Cardozo.

Fonte Diario do Nordeste