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quarta-feira, 26 de junho de 2019

Prefeito é chantageado com material sexual no Interior; vice e vereador denunciados

Por Redação, seguranca@verdesmares.com.br 23:00 / 25 de Junho de 2019

Os dois políticos, uma advogada e um empresário teriam planejado a renúncia do prefeito do Município, através da ameaça de divulgar fotografias e vídeos de relações sexuais extraconjugais dele com uma funcionária da Prefeitura
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Conforme a denúncia do MP, a extorsão teria como objetivo fazer o prefeito deixar o comando da Prefeitura

  O vice-prefeito de Uruburetama, o filho (que também é vereador), a nora e um empresário foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), na última segunda-feira (24), pelo crime de extorsão, praticado contra o prefeito do Município, o médico José Hilson de Paiva. De acordo com o MP, o grupo teria exigido que o chefe do Executivo assinasse uma carta de renúncia ao cargo, sob pena de divulgar vídeos e fotografias de uma relação sexual extraconjugal com uma funcionária da Prefeitura de Uruburetama.


Conforme a denúncia, o empresário Francisco Leonardo de Castro Bezerra Melo ligou para José Hilson, na tarde de 8 de março do ano passado, para dizer que estava na posse de imagens comprometedoras do prefeito e que ele deveria decidir se queria continuar na função. Em seguida, informou que ia até a residência do gestor, no bairro Cidade dos Funcionários, em Fortaleza.

O prefeito convocou até a sua residência o deputado estadual Leonardo Araújo e o advogado Kaio Castro, que gravou a conversa com o empresário. Francisco Leonardo chegou ao local, apresentou 25 fotografias que mostravam José Hilson tendo relações sexuais extraconjugais com uma mulher e ofereceu a carta de renúncia. E afirmou, segundo a acusação, que, se ele não assinasse o documento, o vereador Alexandre Wagner Albuquerque Nery iria divulgar o conteúdo, além de vídeos, para a grande mídia.

José Hilson se negou a assinar a carta. A investigação do 13º DP (Cidade dos Funcionários), da Polícia Civil, apontou que o pai de Alexandre Wagner, o vice-prefeito de Uruburetama, Artur Wagner Vasconcelos Nery; e a esposa do vereador, a advogada Sandra Prado Albuquerque, tinham conhecimento e participação no planejamento da extorsão. O MPCE denunciou o grupo pelo crime de extorsão.

O advogado Kaio Castro, que representa o prefeito de Uruburetama, afirma que a peça acusatória "demonstra, além da verdade, a capacidade das pessoas de fazer tudo pelo poder, sobretudo pelo evidente interesse financeiro.

Apesar de que nada irá mudar todo o constrangimento já sofrido pelo Dr. Hilson e sua família, hoje a população tem conhecimento da verdade, e isso é o que importa". "Acompanharemos todo o processo judicial em trâmite na 6ª Vara Criminal de Fortaleza e esperamos a condenação dos denunciados", completa.

Já o advogado Paulo Pimentel, que patrocina a defesa do casal Alexandre Wagner Albuquerque Nery e Sandra Prado Albuquerque, informou que os clientes ainda não foram notificados da denúncia e vão aguardar a decisão da Justiça por aceitar a acusação (o que os tornaria réus) ou recusar.

"De qualquer forma, tanto Sandra como Alexandre não temem a verdade. Em momento nenhum, cometeram crime", alega. Os representantes dos outro acusados não foram localizados.

Crimes sexuais

Reportagem do Diário do Nordeste publicada no dia 4 de abril de 2018 mostrou que ao menos três moradoras de Uruburetama relatavam terem sido abusadas sexualmente pelo médico ginecologista e prefeito, durante as consultas médicas, e diziam que mais de 50 mulheres também tinham sido vítimas do político, no Município, desde a década de 1980. Entre essas mulheres estaria a pessoa que aparece nas cenas de sexo que foram divulgadas nas redes sociais e na imprensa. O prefeito alega que a relação era consensual.

O Ministério Público informou ter ajuizado, no fim de 2018, uma Ação Civil Pública (ACP) por improbidade administrativa contra o prefeito José Hilson, acusado de crimes sexuais. O MPCE disse ainda que a ACP ainda não foi julgada. Na área penal, o MPCE recebeu o inquérito policial que apura as denúncias de abusos sexuais e, após análise, requisitou outras diligências à Polícia Civil. "No momento, o MPCE aguarda o complemento das investigações para formalizar denúncia", disse o órgão.

Red; DN