-->

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Prefeito de Granjeiro movimentou cerca de R$ 26 mi em conta de parente durante dois anos, diz PF


Resultado de imagem para Foto da cidade de Granjeiro

A Polícia Federal encontrou R$ 213 mil em caixas de sapato na casa do gestor, durante cumprimento de mandado de busca da Operação Bricolagem

As investigações da Operação Bricolagem, que investiga fraudes em licitações de empresas para construção de escolas em Granjeiro, município do Ceará, mostram que o prefeito da cidade, João Gregório Neto, movimentou cerca de R$ 26 milhões num período de dois anos na conta de um parente beneficiário de aposentadoria rural. A Polícia Federal encontrou R$ 213 mil em caixas de sapato na casa do gestor. 

“Além do desvio, do próprio crime de fraude, ainda há a lavagem de dinheiro. Fora a questão social, um município pobre, com IDH baixíssimo e, além disso, tem os recursos desviados. São indícios muito fortes de desvios, e uma movimentação vultosa na conta de um aposentado rural”, destacou a delegada da PF, Josefa Maria Lourenço da Silva.

A operação cumpre 15 mandados de busca e apreensão, nesta quarta-feira (21), nas cidades de Granjeiro, Caririaçu, Aurora, Juazeiro do Norte, na Região do Cariri, e em Fortaleza. Na capital, foram realizadas buscas nas residências de empresários e nas empresas vencedoras das licitações.

O valor dos contratos somam cerca de 5 milhões. No entanto, segundo a PF, não é possível afirmar que se trata do mesmo valor do dano causado com os desvios.

A delegada afirma que esta fase é para recolher material e fazer perícia na engenharia das escolas. O próximo passo será a intimação das pessoas envolvidas nas fraudes.

Foram apreendidos, além do dinheiro em espécie, de documentos de contratos e processos de pagamento, veículos e uma máquina de contar dinheiro. 

De acordo com ela, a construção das unidades era feita com participação direta do próprio prefeito, que comprava materiais e contratava trabalhadores, apesar de já haver empresas contratadas para o serviço. 

“Eram feitos os processos licitatórios, as empresas vencedoras eram contratadas, mas quem executava as obras das escolas era o próprio prefeito. Comprava material, contratava pessoas. Um mesmo mestre de obras conduzia duas obras em duas escolas diferentes com empresas diferentes contratadas”, explica a delegada.

As investigações também acompanham a situação dos trabalhadores que foram encontrados nas obras. Segundo a Polícia Federal, eles não tinham nenhuma garantia trabalhista e trabalhavam sem equipamentos de segurança.

Red; D