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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Sindicalistas denunciam nova violência praticada contra professores em Icó 0



Diretores do sindicatos dos professores, sindicato dos servidores públicos municipais de Icó e servidores federais voltaram a denunciar agressão praticada pelo sargento Geílson Lima, policial militar, que exerce a função de secretário municipal de Segurança Pública de Icó e chefe da Guarda Municipal, na noite desta quinta-feira, 22, no Centro Histórico da Cidade, contra docentes e moradores que protestavam contra projeto de lei do Executivo que propõe redução de carga horária e de salário de 362 professores.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Icó, José Islênio Pereira (Marcelo) no fim da tarde, o sargento Geilson Lima voltou a jogar spray de pimenta e dar tiros de bala de borracha contra os manifestantes. “Infelizmente, ele voltou a praticar violência contra os professores, jogando spray de pimenta e houve tiros de bala de borracha”, disse Marcelo. “Foi uma violência menor do que aquela registrada na segunda-feira passada, mas dessa vez até o promotor de Justiça de Cedro (Leydomar Pereira) foi atingido por spray de pimenta”.

O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais disse que movimento de protesto é pacífico. “Estamos lutando por nossos direitos”, frisou. “O povo de Icó é do bem e da paz”.

A presidente da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Ceará (Fetamce), Enedina Soares, voltou a criticar os atos de violência e intransigência ocorridos em Icó e disse que a mobilização dos servidores continua com ingresso de ação judicial contra a tramitação e aprovação do projeto encaminhado pela prefeita.

Votação 

Na noite desta segunda-feira, aconteceu a segunda votação de projeto de lei encaminhado pela prefeita, Laís Nunes, à Câmara Municipal propondo redução de 50% de carga horária e de salário de 362 professores. A votação saiu empatada: 7 a 7. O presidente do Legislativo, Fernando Nunes, cunhada da prefeita, desempatou a favor do Executivo.

A novidade foi a votação do ex-secretário de Educação de Icó, Marconier Mota, e do vereador Weligton Chiclete, que estavam ausentes na sessão da segunda-feira passada, e decidiram votar contra o projeto de lei.

Assembleia 

Na manhã desta sexta-feira, 23, houve uma assembleia da categoria na sede do Sindicato dos Professores Municipais de Icó. “Esse projeto encaminhada pela prefeita é desumano e muitos professores choraram”, disse o líder sindical, Marcelo.

Após a reunião, um grupo de sindicalistas procurou o Ministério Público do Estado do Ceará, em Icó, para pedir apoio e providências contra a violência praticada pelo sargento Geilson Lima.

“A prefeita Laís Nunes divulgou nota dizendo que é da paz, mas é ela que mantém o sargento como secretário de Segurança e o povo de Icó confiou nela”, observou Marcelo, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Icó. “A prefeita tem se mostrado uma gestora fraca, não resolve os problemas e estava ausente da cidade”.
Acordo 

Houve um acordo no dia anterior à segunda votação entre vereadores, representantes dos sindicatos e da gestão municipal, sob a iniciativa do promotor de Justiça de Icó com o objetivo de que evitar novos confrontos.

Ficou combinado que a Guarda Municipal ficaria na Câmara, fazendo a segurança interna, e que policiais militares fariam o trabalho externo de manter o isolamento da área, feito pelo Demutran.

Segundo os manifestantes, o sargento Geilson Lima agiu antes da sessão começar e mesmo na hora da reunião ausentou-se da Câmara e teria agido contra os professores.

O Blog até o momento não conseguiu contato com o sargento Geilson.

Justificativa 

A Prefeitura de Icó, por meio de nota, informou que atualmente a Folha de Pagamento dos Servidores de Icó chega a 66%, ultrapassando limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, por isso há a necessidade de reduzir carga horária para adequar as finanças municipais.

A prefeita Laís Nunes anunciou que seria instalada uma comissão da administração para ouvir todas as partes e colher as responsabilidades sobre os incidentes ocorridos nas manifestações, e por último renovou desejo de paz e diálogo.

Red; DN