A Secretaria da Segurança Pública decidiu, na noite de ontem, cancelar o evento em que o secretário iria anunciar os novos comandantes
Quebra da heirarquia teria provocado a crise no oficialato superior da PM na noite de ontem
O anúncio da nomeação de um oficial da Polícia Militar para o cargo de secretário-adjunto da Segurança Pública e Defesa Social desencadeou uma crise no Comando da PM e levou a Pasta a suspender, ontem à noite, uma coletiva de Imprensa que estava marcada para a manhã de hoje (18). No evento, o novo titular da SSPDS, delegado federal André Costa, iria oficializar os nomes dos novos dirigentes de dois dos órgãos vinculados da secretaria, a PM e a Polícia Civil.
A crise foi motivada pela nomeação de um tenente-coronel para o cargo de secretário-adjunto da SSPS. O nome divulgado foi o do atual comandante do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), tenente-coronel PM Alexandre Ávila de Vasconcelos.
Também foram anunciados os nomes do novo comandante-geral da PM e do comandante-adjunto, coronéis Kennedy Pimentel Lopes e Willamar Lobo Galvão, respectivamente. No entanto, eles teriam decidido não aceitar a nomeação na noite passada, ao tomarem conhecimento de que o tenente-coronel Alexandre seria o secretário adjunto.
O motivo seria a quebra da hierarquia na Corporação, já que na ausência eventual do secretário André Costa, o tenente-coronel Alexandre assumiria a chefia da SSPDS e passaria a dar ordens os coronéis, que são superiores na escala de patentes da PM.
Adiamento
No começo da tarde de ontem, após o vazamento da informação sobre os nomes dos novos integrantes da cúpula da SSPDS, a Assessoria de Imprensa do órgão publicou no site da instituição a informação sobre a coletiva de Imprensa que o secretário daria nesta manhã (às 9 horas) para anunciar os novos comandantes.
Contudo, com a crise instalada no alto comando da PM, a SSPDS decidiu adiar o encontro. Eram 21h41 quando foi publicado no site do órgão o aviso de cancelamento do evento, sem, no entanto, serem esclarecidos os motivos.
O secretário André Costa, que havia ido participar de uma reunião em Brasília, para tratar da crise penitenciária, estava sendo aguardado em Fortaleza na madrugada desta quarta-feira (18) e ainda não se pronunciou sobre o assunto.
A crise no alto comando da PM acontece faltando três dias para a deflagração de mais uma etapa da operação “Tolerância Zero”, em que os policiais e bombeiros militares cearenses protestarão diante da insatisfação salarial da tropa.
Por FERNANDO RIBEIRO