Delegado federal cearense terá a missão de reverter a galopante criminalidade que domina o Ceará há dois anos
Costa foi escrivão da Polícia Civil do Ceará e volta ao Estado como secretário da Segurança
O delegado federal cearense André Costa, 38 anos, foi confirmado como o novo secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará. O anúncio não foi oficial, mas através das redes social. O governador do Estado, Camilo Santana (PT) postou na sua página no facebook a informação e desejou boa sorte ao novo ocupante da Pasta, que tem por missão dar combate à escalada incontrolável da violência no Ceará, onde cerca de 8 mil pessoas foram assassinadas em apenas dois anos.
Na sua postagem, Santana afirma que, “a meta é combater incessantemente os crimes de assaltos e furtos , que criam uma sensação de insegurança na população, além do incessante combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado”.
Quem é
André Costa foi integrante da Polícia Civil do Ceará, onde atuou como escrivão na delegacia do 11º DP (Pan-Americano). Depois de ser aprovado em concurso para a Polícia Federal, em 2002, foi destacado para trabalhar na Superintendência da PF em Alagoas, onde teve como missão o combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado em geral. Também atuou como superintendente adjunto em Tocantins.
De volta ao Ceará, sua terra natal, André vai assumir a grave missão de revertes a onda de assassinatos que assola o Estado, fazendo milhares de vítimas todos os anos, levando o Governo do estado a “maquiar” as estatísticas para amenizar o desgaste da Segurança Pública e do próprio Governo perante a opinião pública.
Além da criminalidade das ruas, o novo secretário vai enfrentar um estado cujo sistema penitenciário é dominado por quatro facções criminosas, que, constantemente, ordenam ataques a unidades da Segurança Pública e ao sistema de transporte coletivo. Além disso, terá que encontrar mecanismos para barrar a sequência recorde de mortes de agentes públicos do seu setor. Em apenas dois anos, período da gestão de Camilo Santana, nada menos que 49 agentes (entre policiais civis e militares, rodoviários e agentes penitenciários) foram assassinados.
Crise
Ao novo secretário caberá também a missão de encontrar uma saída para solucionar a eterna crise que atinge a Polícia Civil, uma instituição desvalorizada pelo Governo, esvaziada e desmotivada com salários e condições de trabalho, com delegacias superlotadas de presos e os agentes desviados de sua real função, que é investigar crimes.
Já as tropas da PM e do Corpo de Bombeiros estão aguardando do governador uma solução para recompor seus parcos soldos, e não descartam até mesmo uma paralisação das atividades neste ano, caso a implantação da média salarial do Nordeste (cuja mensagem de lei chegou à Assembleia Legislativa no último dia do ano de 2016) não atenda ao patamar financeiro que as classes reivindicam.
Por FERNANDO RIBEIRO