O governador está insatisfeito com a escalada da criminalidade no Ceará e deve fechar o ano de 2016 com cer
ca de 3.500 homicídios
Delci deixou o cargo e, agora, Camilo quer convender Moroni e a aceitar a 'batata quente'
Com a saída de Delci Teixeira do comando da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o governador do Estado, Camilo Santana (PT), já está em busca de um nome para o cargo. Nos bastidores do Palácio da Abolição, no entanto, a boataria já está no ar e o nome mais cogitado para assumir as rédeas da Pasta mais difícil do governo é o do vice-prefeito eleito de Fortaleza, delegado federal aposentado e deputado federal Moroni Bing Torgan. Ele foi o secretário da Segurança do Ceará no governo de Tasso Jereissati e teve êxito no combate ao crime, especialmente, contra a pistolagem.
Em entrevista na manhã de ontem (27), logo após uma solenidade de promoção de policiais e bombeiros militares em que enfrentou um protesto das esposas dos PMs e BMs, Camilo Santana deixou nas entrelinhas a mensagem de que poderá sim nomear Moroni Torgan para a SSPDS. “Coma reeleição do prefeito Roberto Cláudio e com o vice-prefeito Moroni, que é uma pessoa que tem um olhar e uma experiência na área da Segurança, nós vamos traçar estratégias importantes para garantir mais tranqüilidade para o povo fortalezense”, afirmou o governador.
Depois da saída do chefe da Polícia Civil, delegado geral Andrade Júnior; e do secretário da Segurança, Delci Teixeira; o governador deverá também assinar nas próximas horas os atos de exoneração do atual comandante da Polícia Militar, coronel PM Geovani Pinheiro; e do chefe da Casa Militar do Governo, coronel PM Túlio Studart.
Sobre os comandos do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), Perícia Forense do Ceará (Pefoce) e Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD), é possível também que haja mudanças ainda neste ano.
Fracasso
Embora tente emplacar um discurso de êxito na Pasta da Segurança, o governador acabou revelando à Imprensa que deseja melhores resultados no combate à violência e criminalidade no Ceará. Para ele, os índices alcançados ainda são inferiores ao que ele planejou. O fim de um pacto firmado entre facções criminosas para “não matar” chegou ao fim e as taxas de homicídios voltaram a crescer, de forma avassaladora, em todo o Estado.
Na verdade, Camilo Santana anda insatisfeito com a Pasta por conta do aumento dos índices da criminalidade em todo o Estado. Os números de assassinatos só aumentam, ao contrário do que ele sustenta. Os roubos em geral chegaram a patamares nunca registrados no Estado. Para completar, ele e sua equipe amarga um triste e lamentável recorde. Em dois anos de seu governo, nada menos, que 49 agentes da Segurança Pública (policiais civis e militares, agentes penitenciários e policiais rodoviários federais) foram assassinados.
Por FERNANDO RIBEIRO