Os nomes das vítimas da chacina foram grafitados em muro da Escola Professora Terezinha Ferreira, no Curió |
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) indiciou 38 policiais, entre militares e civis, por participação direta na Chacina da Grande Messejana. A informação foi obtida pelo O POVO junto a fontes que participaram das investigações e falaram sob a condição de sigilo. O inquérito sobre o caso já foi concluído e será encaminhado ao Ministério Público do Estado (MPCE) na próxima segunda-feira, 11, véspera do dia em que a chacina completa cinco meses.
No dia 3 de dezembro, O POVO havia antecipado que pelo menos 35 policiais teriam protagonizado a matança, que fez 11 vítimas e deixou outras sete pessoas feridas. Já considerando o caso de agentes que teriam dado apoio, ou que não intervieram na ação criminosa, poderia chegar a 50 o total de servidores investigados. A CGD ouviu mais de 200 testemunhas.
“De fato, acreditamos que muitos outros policiais participaram da ação, mas a investigação não conseguiu chegar a todos os envolvidos, devido à dificuldade para levantar as provas. Alguns, infelizmente, não serão indiciados. Mesmo assim, é considerável o total de indiciados”, afirmou a fonte.
Na última segunda-feira, 4, o governador Camilo Santana (PT) afirmou que os laudos periciais balísticos sobre o caso, solicitados à Polícia Federal, já estavam prontos e que a pretensão era que o desfecho da apuração fosse divulgado “em breve”. No dia seguinte, Camilo recebeu uma comissão de delegados da CGD, no Palácio da Abolição, ocasião em que a conclusão do inquérito foi apresentada ao chefe do Executivo estadual. A informação foi divulgada pelo secretário Delci Teixeira.
“Tivemos uma reunião ontem à noite (terça-feira) lá no Palácio da Abolição. Eu, o governador e o pessoal da CGD, todos os que estavam na investigação. A CGD já concluiu o seu trabalho”, disse o titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, ontem, durante a divulgação do número de homicídios em março, na sede da SSPDS.
Denúncias
O fato de 35 policiais terem sido indiciados não significa que todos serão denunciados e terão as respectivas prisões solicitadas pelo Ministério Público. Entretanto, segundo Delci Teixeira, a tendência é que o grupo de três promotores que atuam no caso corrobore com a conclusão da CGD.
“O Ministério Público vai analisar esse trabalho e vai dizer se é aquilo ou não. Eu estava conversando com o nosso procurador-geral de Justiça (Plácido Rios) agora e me parece que a ideia dos promotores de Justiça é realmente convalidar aquilo que foi apurado por essa equipe da CGD”, confirmou o secretário, ao detalhar que, “no máximo”, dentro de duas semanas, os detalhes do inquérito da CGD devem ser divulgados.
Saiba mais
As investigações a CGD apontam que as 11 execuções foram uma “demonstração de força” dos policiais, em retaliação à morte do soldado Valterberg Chaves.
Em carros descaracterizados e com o apoio de algumas viaturas da PM, eles teriam executado as vítimas, em locais diferentes, para dar a entender que as mortes decorriam do tráfico de drogas.
Duas outras linhas de investigação chegaram a ser consideradas para o caso. Elas apontavam para mortes em decorrência da disputa de território para o tráfico.
A Polícia Federal deu apoio científico à CGD, com a realização de exames balísticos em 11 cartuchos de munições de calibre 12, 380 e ponto 40 que foram recolhidos por testemunhas e entregues à controladoria e à Polícia Civil
11 pessoas foram executadas na Grande Messejana no dia 12 de novembro de 2015
7 pessoas ficaram feridas durante a ação criminosa
200 testemunhas, pelo menos, foram ouvidas durante as investigações
O Povo Online
No dia 3 de dezembro, O POVO havia antecipado que pelo menos 35 policiais teriam protagonizado a matança, que fez 11 vítimas e deixou outras sete pessoas feridas. Já considerando o caso de agentes que teriam dado apoio, ou que não intervieram na ação criminosa, poderia chegar a 50 o total de servidores investigados. A CGD ouviu mais de 200 testemunhas.
“De fato, acreditamos que muitos outros policiais participaram da ação, mas a investigação não conseguiu chegar a todos os envolvidos, devido à dificuldade para levantar as provas. Alguns, infelizmente, não serão indiciados. Mesmo assim, é considerável o total de indiciados”, afirmou a fonte.
Na última segunda-feira, 4, o governador Camilo Santana (PT) afirmou que os laudos periciais balísticos sobre o caso, solicitados à Polícia Federal, já estavam prontos e que a pretensão era que o desfecho da apuração fosse divulgado “em breve”. No dia seguinte, Camilo recebeu uma comissão de delegados da CGD, no Palácio da Abolição, ocasião em que a conclusão do inquérito foi apresentada ao chefe do Executivo estadual. A informação foi divulgada pelo secretário Delci Teixeira.
“Tivemos uma reunião ontem à noite (terça-feira) lá no Palácio da Abolição. Eu, o governador e o pessoal da CGD, todos os que estavam na investigação. A CGD já concluiu o seu trabalho”, disse o titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, ontem, durante a divulgação do número de homicídios em março, na sede da SSPDS.
Denúncias
O fato de 35 policiais terem sido indiciados não significa que todos serão denunciados e terão as respectivas prisões solicitadas pelo Ministério Público. Entretanto, segundo Delci Teixeira, a tendência é que o grupo de três promotores que atuam no caso corrobore com a conclusão da CGD.
“O Ministério Público vai analisar esse trabalho e vai dizer se é aquilo ou não. Eu estava conversando com o nosso procurador-geral de Justiça (Plácido Rios) agora e me parece que a ideia dos promotores de Justiça é realmente convalidar aquilo que foi apurado por essa equipe da CGD”, confirmou o secretário, ao detalhar que, “no máximo”, dentro de duas semanas, os detalhes do inquérito da CGD devem ser divulgados.
Saiba mais
As investigações a CGD apontam que as 11 execuções foram uma “demonstração de força” dos policiais, em retaliação à morte do soldado Valterberg Chaves.
Em carros descaracterizados e com o apoio de algumas viaturas da PM, eles teriam executado as vítimas, em locais diferentes, para dar a entender que as mortes decorriam do tráfico de drogas.
Duas outras linhas de investigação chegaram a ser consideradas para o caso. Elas apontavam para mortes em decorrência da disputa de território para o tráfico.
A Polícia Federal deu apoio científico à CGD, com a realização de exames balísticos em 11 cartuchos de munições de calibre 12, 380 e ponto 40 que foram recolhidos por testemunhas e entregues à controladoria e à Polícia Civil
11 pessoas foram executadas na Grande Messejana no dia 12 de novembro de 2015
7 pessoas ficaram feridas durante a ação criminosa
200 testemunhas, pelo menos, foram ouvidas durante as investigações
O Povo Online