Personagens da última decisão entre Ceará e Ferroviário no Estadual recordam momentos do 'Clássico da Paz'
Ex-jogadores Solimar e João Marcelo participaram da última decisão entre Ceará e Ferroviário pelo título do Campeonato Cearense ( Foto: Natinho Rodrigues )
00:00 · 29.04.2017 / atualizado às 09:11 por Irailton Menezes - Repórter
Edição do dia 8 de junho do Diário do Nordeste trouxe todos os detalhes sobre o Clássico da Paz, que decidiu o Estadual de 1998 no Estádio Castelão
O último encontro entre Ceará e Ferroviário numa decisão de Campeonato Cearense aconteceu há 19 anos em uma das disputas mais acirradas da história do certame. De um lado, o Alvinegro buscava o tricampeonato estadual. Do outro, um Tubarão da Barra disposto a retomar o caminho que o consagrou nos anos de 1994 e 95, quando foi bicampeão cearense.
O duelo final entre essas equipes, à época, não poderia ser de outra forma se não um grande jogo, que ficou marcado pelo belo futebol das duas equipes. A reportagem do Diário do Nordeste conversou com dois ex-atletas que participaram da decisão e que ficaram marcados, tanto na história do futebol cearense, como no coração das duas torcidas, pois foram campeões pelas duas equipes: o ex-lateral-esquerdo João Marcelo e o ex-volante Solimar.
"Foi realmente um jogo diferenciado, onde tivemos que superar várias dificuldades, pois já vínhamos de uma partida duríssima contra o Icasa e poucos dias depois enfrentamos o Ceará, que contava com vários jogadores do Rio Branco, de São Paulo. Perdemos o primeiro jogo de uma forma que a gente não imaginava, mas conseguimos organizar o time na segunda partida. O fato do Ceará ter goleado na ida mexeu com a gente. Vencemos o segundo jogo no tempo normal e na prorrogação tomamos um gol daqueles que era para o Ceará ser realmente o campeão, na ocasião. Mesmo assim foi gratificante, porque nosso time acreditou até o final e nossa torcida nos apoiou. Sentimos que poderíamos ser campeões, mas o dia era mesmo do Ceará", recorda o volante e capitão do Ferrão, Solimar.
Valorizado
Para João Marcelo, que atuou pelo Ceará, o tricampeonato ganhou um valor maior pelo clima vivido na grande final, onde os dois times proporcionaram um verdadeiro espetáculo para os torcedores. "Nossa equipe tinha a obrigação de dar o título para a torcida, ainda mais pelo resultado do primeiro jogo. Só que o Ferroviário também era um grande time e tinha grandes valores. Sabíamos que não seria fácil e que o resultado do primeiro jogo não iria se repetir. Mas na prorrogação, o Gilmar (Serafim) foi muito feliz naquele lance individual. Foi, sem dúvida, um dos melhores jogos da história do Estadual".
Inesquecível
A decisão de 98 também mexeu com os mais de 30 mil corações dos torcedores presentes nas arquibancadas do Castelão. Um deles é Estélio Chagas (73), que lembra com orgulho da garra coral na partida. "Por muito pouco o Ferroviário não empatou aquele jogo na prorrogação, mas apesar do título não ter vindo, todos nós reconhecemos que os jogadores do Ferroviário lutaram e honraram a camisa. É isso que a gente espera nos jogos deste ano contra o Ceará", frisou.
Já o alvinegro Océlio Pinheiro (56), mais conhecido como 'Pinheirão', reconhece que o gol do título 'caiu do céu'.
"O Gilmar Serafim não era um goleador, até porque ele jogava de volante, mas fez uma bela jogada na entrada da área e fez aquele gol que enlouqueceu a torcida alvinegra. A gente espera que essa nova decisão entre Ceará e Ferroviário seja tão emocionante quanto foi aquela e que vença o melhor", concluiu.
Fonte DN