Um triângulo amoroso teria sido a causa de um assassinato no Maciço de Baturité. No último domingo, 13, o funcionário público federal, José Rilenilson Alves Arruda, de 42 anos, foi assassinado com seis tiros no sítio da família, em Mulungu, região do Maciço de Baturité. No dia seguinte ao crime, o suspeito Francisco Thiago Ferreira Costa, 22, foi preso em flagrante pelo 4º Batalhão da Polícia Militar. Segundo o tenente-coronel Assis Azevedo, comandante da Área Integrada de Segurança (Ais) 13, a arma do crime foi encontrada e ele confessou o assassinato.
Além disso, a mãe de Thiago relatou que ele tinha um relacionamento com a esposa da vítima, que era casada há pelo menos 16 anos. Familiares de Rilenilson Alves contaram detalhes do caso ao O POVO. Segundo a irmã da vítima, Maria de Lourdes Alves Arruda, 49, o irmão estava no sítio com todos os familiares e foi morto na frente dos sobrinhos. A mulher conta que escutou de longe os tiros, pensando que eram fogos. "Quando sai ele estava conversando com um rapaz, entrei e ouvi um barulho. Então escutamos outro barulho e as crianças chegaram contando que um homem havia dado um tiro. Corremos e quando chegamos, ele estava no chão todo furado de bala. O cara (suspeito) saiu correndo a pé, ele mora perto de nossa casa", relatou.
Conforme o tenente coronel Assis Azevedo, o Francisco Thiago confessou o crime. "A mãe dele (do preso) nos ajudou bastante. Explicou que ele estava tendo um caso com a mulher da vítima. No celular dela foram encontradas mensagens de cunho intimo e, também por isso, foi conduzida à delegacia. Prestou depoimento e, depois, foi liberada.
Em depoimento, Francisco Thiago contou que quem deu o dinheiro para comprasse uma arma havia sido a esposa do funcionário público assassinado. A mãe de Thiago, segundo o tenente-coronel Assis Azevedo, disse que era um romance antigo e que a esposa da vítima sustentava o amante. “No quintal da casa de Thiago encontramos a arma do crime enterrada. A princípio ele permaneceu calado, mas depois a mãe o convenceu a falar sobre o caso", detalhou o oficial da PM.
Após a descoberta do relacionamento entre Thiago e a esposa da vítima, os militares foram até o Instituto Médico Legal e conduziram a suspeita à delegacia de Guaramiranga. "Localizamos a viúva liberando o corpo do marido e ela foi convidada a nos acompanhar”.
Polícia Civil
Segundo a titular da Delegacia de Guaramiranga, Janaina Braga, a viúva é suspeita de envolvimento no crime. "O rapaz, que foi preso, e ela confirmaram que mantinham uma relação amorosa. As mensagens entre os celulares dos dois apontam que formavam um casal, mas não há combinação do crime. Eram trocas e juras de amor, promessas e encontros. Ela negou qualquer participação e ainda disse estar separada do marido. Thiago, no entanto, afirmou em depoimento que a amante sabia que ele ia praticar o crime. Ela não tinha a informação de quando ou onde", relatou a delegada.
Conforme Janaina Braga, Francisco Thiago confessou que a principal motivação do crime seria a agressividade de Rilenilson com a esposa. "Ele alegou que o marido era violento com a esposa e que isso motivou o assassinato. Contou ainda que ele a agredia fisicamente e a ameaçava de morte", relatou a delegada. Janaina Braga informou também que o depoimento de Francisco Thiago confirma que ele recebeu R$ 2 mil reais da esposa do funcionário público para comprar uma arma. "Teve o flagrante dele (homicídio) e, com relação a ela, indícios que têm de ser investigados", explicou.
Família
A irmã de Rilenilson Alves, Maria Lourdes, diz que o irmão conversou com outro irmão preocupado com a situação do casamento. "Há 15 dias, Rilenilson tinha dito que estava com medo que ela (esposa) fizesse algo. Meu irmão foi orientado a sair de casa, mas não saiu por causa dos filhos", conta. Rilenilson era pai de seis filhos, sendo dois do último casamento e quatro do primeiro. Conforme os parentes, ele era dono de terrenos, uma fazenda, residências e carro.
Veio de uma família de agricultores e trabalhava como funcionário público federal da Fundação Nacional de Saúde. O POVO procurou o advogado da viúva, Roberto Leal, mas não obteve êxito.
Outros casos
No dia 25 de novembro, o vice-prefeito de Choró, Sidney Cavalcante Sousa, 42, foi feito refém dentro da prefeitura e morto, no fim da manhã de ontem, por Francisco Roberto de Oliveira, 46, que tentou se matar em seguida. Durante as negociações, o homicida revelou à Polícia que havia matado a esposa, Maria Elizangela Gomes Lemos, 35, três dias antes e deixado o corpo dela congelado na casa do casal, em Fortaleza. Roberto disse que motivo para o crime foi romance que o político supostamente mantinha com Elizangela.
No dia 3 de novembro um pastor evangélico matou a ex-mulher no bairro Conjunto Ceará. A vítima foi encontrada dentro de casa por volta das 16 horas de ontem. A mulher, de 49 anos, apresentava ferimento na cabeça provocado por um tiro.
No dia 24 agosto, Marcelo Barbarena Moraes, 37, natural do Rio Grande do Sul, foi preso em flagrante suspeito de matar a esposa e a filha de oito meses do casal. Ele foi autuado por homicídio doloso triplamente qualificado. As vítimas, Adriana Moura de Pessoa Carvalho Moraes, 38, e a filha do casal, Jade, foram encontradas mortas no quarto de uma casa de veraneio da família, em Paracuru, Litoral Oeste.
O Povo Online