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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Segunda rebelião é registrada no Centro Educacional Patativa do Assaré em menos de 24h


Uma rebelião foi registrada na tarde desta sexta-feira, 4, no Centro Educacional Patativa do Assaré (Cepa), no Ancuri. Durante o motim, quatro homens que trabalham na reforma da unidade foram mantidos reféns. Três adolescentes ficaram feridos; um foi medicado no local e os outros dois foram encaminhados para o Instituto Dr. José Frota (IJF).

Esse foi o segundo incidente no Cepa em menos de 24 horas; o primeiro aconteceu na noite desta quinta-feira, 3, segundo informações do juiz da 5ª Vara da Infância e da Juventude, Manuel Clístenes.

A Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) comunicou, por meio de sua assessoria, que 59 adolescentes estão internados no Cepa, unidade com capacidade máxima para 60. A estrutura está há dois meses em obras, que incluem reformas nos quartos, partes estrutural, elétrica, hidráulica, além de reforços na segurança, o que, segundo o órgão, é o que motiva as rebeliões.

Durante a madrugada, informou o juiz, os adolescentes promoveram um motim. "O Centro foi totalmente destruído. A Polícia entrou, conseguiu conter e fez uma revista minuciosa”, relatou. 

Já pela tarde, por volta de 15h, uma nova rebelião foi iniciada, dessa vez com maior gravidade. "Eles fizeram quatro homens que trabalham na obra de reféns. Os orientadores perceberam a situação e houve confronto. Tanto orientadores e adolescentes ficaram feridos", disse o juiz. "Não tem como a reforma ser realizada com os adolescentes dentro", acrescentou.

Situação do centro
A assessora comunitária do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), Mara Carneiro, informou que a unidade não tem maiscondições de receber novos e manter os atuais internos. "Já visitamos o Patativa três vezes nas últimas semanas. As denúncias são de que os internos não aguentam ficar ali. O grande objetivo é fugir", contou. 


Manuel Clístenes contabilizou que, em uma semana, a Polícia entrou quatro vezes na unidade. Governo do Estado, Poder Judiciário, Defensoria Pública, Ministério Público e Cedeca estão articulando alternativas para o problema.

A ideia mais propícia, de acordo com o juiz, étransferir os que têm 18 anos completos para o Centro Educacional Cardeal Aloísio Lorscheider (Cecal). "E dividir os outros internos em outros centros, como o São Miguel e São Francisco. E tirar alguns adolescentes do São Miguel e São Francisco para o Dom Bosco e Passaré" informou, 

"É delicado porque há adolescentes com grau de comprometimento grave, participando frequentemente de rebeliões", avaliou Clístenes.

De acordo com a STDS, as obras de reforma vão continuar. Nos próximos dias, deverá ser realizada uma avaliação do que foi prejudicado nas rebeliões. A pasta informou ainda que está negociando com o Poder Judiciário atransferência de jovens para outras unidades.

O POVO Online