De janeiro a março de 2015, foram pagas 624 indenizações por mortes do seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (Dpvat) no Ceará. O número corresponde a R$ 8,4 milhões no primeiro trimestre do ano. Em relação a igual período de 2014, houve queda de 10,60% no total, ou seja, foram 698 reparações ou R$ 9,42 milhões.
Os dados são do mais recente boletim estatístico da Seguradora Líder/Dpvat. Segundo o levantamento, o Ceará ocupa a sexta posição no Brasil em número de indenizações, ganhando de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Bahia. No Nordeste, é o segundo.
A redução no Estado no total de pagamentos do seguro por morte é maior do que o percentual brasileiro, que ficou no período, em queda de 5% no comparativo com os primeiros três meses de 2014.
Porém, alerta a seguradora, mesmo sem detalhar por unidade da Federação, a quantidade de indenização por invalidez permanente aumentou 20% no período, principalmente, em relação aos acidentes com motos, responsáveis, aponta o estudo, por 80% das ocorrências.
Isso confirma uma tendência já verificada em levantamentos anteriores, levando em consideração a frota desse tipo de veículos no Brasil que só faz crescer.
O Ceará, por exemplo, segundo números do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), relativos ao primeiro trimestre deste ano, tem a maior frota do Nordeste, com 1,294 milhão de motos. A Bahia tem 1,269 milhão e Pernambuco, 999 mil. Em seguida, vem o Maranhão, com 822 mil, Piauí, com 549 mil e Paraíba, com 461 mil.
As facilidades de financiamento e de trafegar em vias congestionadas fizeram o operário da construção civil, Cícero de Almeida, adquirir uma. Nas primeiras curvas, caiu, machucou seriamente a perna esquerda e está com dificuldade de locomoção. "Ela é boa, mas perigosa", diz. No Brasil, mais de 145 mil pessoas receberam indenização por invalidez permanente no primeiro trimestre de 2015. Em 2014, foram 121,7 mil.
IJF
O maior hospital de traumas do Estado, o Instituto José Frota (IJF), totalizou 6,4 mil atendimentos somente com vítimas de acidentes de motos no primeiro seis meses do ano. Imprudência como a ausência de capacete, embriaguez e excesso de velocidade são as principais causas, informa a direção.
O custo para manter os pacientes é alto: a diária na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI),
setor pelo qual passam a maioria dos acidentados, custa, em média, R$ 2 mil por acidentado.
As estatísticas da Seguradora Líder-Dpvat também mostram que os homens continuam sendo a maioria das vítimas: 75% do total dos acidentados segurados. Quando analisado o tipo de vítima, o estudo indica que 64% ou 119,7 mil, são os condutores, 19% ou 34,5 mil, passageiros e 17% (31,7 mil) pedestres.
Criado em 1974, o Seguro Dpvat, administrado pela Seguradora Líder, indeniza todas as vítimas de acidentes de trânsito no Brasil, sem necessidade de apuração da culpa, seja motorista, passageiro ou pedestre, e o prazo para solicitação da indenização é de até três anos a contar da data do acidente, para os casos de morte ou reembolso de despesas médicas e, no caso da invalidez permanente, este prazo tem início na data da ciência da invalidez da vítima.
O acidentado ou os herdeiros legais não precisam contratar nenhum tipo de atravessador.
Solicitar o Seguro Dpvat é gratuito e existem pontos oficiais, como as agências dos Correios. A vítima ou beneficiário pode ir a um ponto oficial de atendimento em posse da documentação completa para dar entrada no benefício.
São três tipos de coberturas para o Seguro Dpvat: por morte, com indenização que chega a R$ 13,5 mil; por invalidez permanente, também até R$ 13,5 mil, variando conforme gravidade da lesão; e o reembolso de despesas médicas e hospitalares de até R$ 2,7 mil, conforme despesas efetivadas e comprovadas pela pessoa.
Lêda Gonçalves
Repórter
Diário do Nordeste