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sexta-feira, 27 de março de 2015

Dipirona, desorganização e politicagem estão sobrando em Quixadá


A frase “falta tudo em Quixadá”, costumeiramente utilizada por opositores da gestão municipal, perdeu o sentido na tarde desta quinta-feira, 26. Não é mais possível afirmar isto, pois dipirona, desorganização e politicagem tem em tão grande quantidade neste município que estão até mesmo sobrando.
Um grupo de parlamentares encabeçado por Higo Carlos – o mesmo que aproveitou um alagamento recente na Av. José Caetano para gravar um vídeo de promoção do seu mandato -, visitou uma antiga unidade de saúde no Bairro Carrascal II e constatou, para assombro de todos, a existência de um estoque de dipirona suficiente para servir como analgésico e antipirético para todos os elefantes do mundo até a próxima era glacial.
Brincadeiras à parte, os parlamentares encontraram dezenas de milhares de unidades de dipirona sódica inutilizados. Não foi possível registrar que alguma estivesse vencida; porém, a bem da verdade, grande parte do estoque ficaria vencido ainda durante este mês. Para todos os efeitos práticos, as dipironas estavam vencidas, já que dificilmente alguém aceitaria tomar um medicamento tão próximo do vencimento.
Acompanhados por um séquito de pessoas interessadas em que a gestão de João Hudson vá para a terra dos pés juntos, os parlamentares afirmam ter encontrado o local sem nenhuma vigilância, com crianças brincando e com a porta praticamente aberta. A Prefeitura contestou esta versão afirmando que a porta estava trancada, que a chave estava com a Secretária de Saúde, e que o local foi, na verdade, arrombado pelos parlamentares. Até um Boletim de Ocorrência foi registrado contra estes senhores do parlamento local.
ALGUMAS PONDERAÇÕES
Que a gestão foi realmente desorganizada e que não conseguiu programar uma distribuição eficiente do medicamento, isto é inegável. Aliás, se a demanda não exigia, para que aceitar receber tanta dipirona? Segundo a prefeitura, foi o Governo do Estado que cedeu o estoque. Ora, isto sendo verdade, Cid Gomes passará para a história como o Governador que entupiu a Terra dos Monólitos com dipirona.
Agora, que moral tem um parlamentar que votou pela rejeição da CPI da Saúde para posar de fiscalizador da saúde? Não parece contraditório? A verdade é que tudo em Quixadá é feito como num jogo de cartas marcadas. Em cada movimento, um interesse. E isto se chama politicagem, algo que, convenhamos, também está sobrando por essas bandas.
Assim, o que é possível assegurar, sem pender mais para qualquer um dos lados, é que os vereadores fizeram a coisa certa ao agir como fiscais; que a Prefeitura foi desorganizada, tanto na aquisição quanto na conservação e distribuição das benditas dipironas; que as dipironas não estavam vencidas, mas que vão se vencer ainda este mês. Estes são os fatos.
MEDICAMENTOS INCINERADOS
Que alguém recentemente fez uma bela fogueira com medicamentos do SUS, vencidos ou não, também é um fato. Apontar que foi a prefeitura que promoveu tal incineração é mais do que se pode dizer com imparcialidade. Só uma investigação com peritos pode determinar de onde tais medicamentos vieram e quem promoveu a queima. Isto é caso para a polícia e o Ministério Público fazerem declarações conclusivas, não para a imprensa. É claro que acompanharemos o caso de perto, e seja lá quem tenha promovido o tal fogaréu, precisará dar boas explicações.
SOBRA SEMPRE PARA O POVO
No meio de tanta desorganização e politicagem, a população é quem sai sempre perdendo. Ao passo que alguns indivíduos se promovem como fiscalizadores imbatíveis – mesmo tendo votado contra CPI’s que visavam melhorar a saúde -, a gestão do prefeito João Hudson continua dando mostras de desorganização. É uma mistura de tanta coisa ruim que só tomando uma ‘dipironazinha’…
(No meio da confusão, um inocente ainda perguntou: “Ei gente, dá pra usar dipirona como merenda escolar?”)
fonte Monólitos Post