-->

sábado, 18 de outubro de 2014

INVESTIGAÇÃO Dupla é presa por roubo a carro-forte



A captura dos suspeitos aconteceu no terminal rodoviário do município de Icó, quando um dos suspeitos tentava fugir




O catarinense Antenor Lemos de Morais é condenado há 34 anos de prisão por ataques a bancos Paulo Henrique da Silva Nery, 22, natural do Ceará, também ajudou no plano criminoso, segundo a Polícia
Duas pessoas suspeitas de participarem do roubo a um carro-forte, na noite de quarta-feira, no Município do Icó (375Km de Fortaleza), foram presas durante uma operação conjunta da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Coordenadoria de Inteligência (Coin) e Serviço de Inteligência da PM, ocorrida na noite da última quinta-feira (16). A captura dos suspeitos aconteceu no terminal rodoviário do Icó, quando um dos assaltantes já se preparava para fugir para o Estado de Pernambuco.
Segundo o delegado titular da DRF, Raphael Vilarinho, o cearense Paulo Henrique da Silva Nery, 22; e o catarinense Antenor Demétrio Lemos de Morais, 52, portavam duas pistolas, uma destas de uso restrito, que pertence à Polícia Civil da Bahia. Conforme Vilarinho, Antenor Morais é integrante de uma organização criminosa que age em vários Estados brasileiros. Ele já era procurado em Santa Catarina, Paraná e Tocantins.


Delegado Raphael Vilarinho esteve no local do assalto e, ontem, apresentou os detalhes das prisões
“Somente em São Paulo, ele é investigado em 12 inquéritos. É um criminoso perigoso, violento, que efetuou diversas ações ousadas, inclusive, um assalto à residência de um empresário do ramo automobilístico de São Paulo, em que conseguiu levar R$ 2 milhões da vítima”, afirmou o delegado.
Cerco
O titular da DRF disse que a quadrilha em que o catarinense atua, está envolvida em diversos ataques a banco ocorridos no Ceará, nos últimos meses. “Na semana anterior ao ataque ao carro-forte, a Polícia Federal fez um cerco ao bando no Icó e conseguiu prender quatro integrantes. Sete deles conseguiram fugir e colocaram em prática o ataque que estavam planejando. Estimamos que a quadrilha seja composta por cerca de 20 pessoas. Grande parte deles está identificada. Vamos solicitar para a Justiça a prisão preventiva de todos eles”, disse o delegado.
Antenor Morais é condenado há 34 anos de prisão, por ataques a bancos, de acordo com Vilarinho. Conforme informações da Polícia, a função dele na organização criminosa é fornecer armamentos, fazer os levantamentos das áreas onde os ataques vão acontecer e dar apoio logístico nas fugas.
Ele confessou que estava indo para a Cidade de Recife, quando foi abordado pelos policiais que efetuaram sua prisão. Conforme Vilarinho, é possível que os comparsas dele também estejam em Pernambuco. “A vida deles (acusados) é essa, viajam para toda parte do Brasil assaltando bancos, carros-fortes e casas de pessoas muito ricas. Vieram para o Nordeste há algum tempo e já estávamos monitorando os passos deles aqui. Conseguir prendê-los é só uma questão de tempo”.


Os acusados presos na operação policial portavam duas pistolas, uma destas de uso restrito, que pertence à Polícia Civil da Bahia
FOTOS: NATINHO RODRIGUES
A participação de Paulo Nery na quadrilha teria sido passageira. Ele era responsável apenas por guardar as armas. “Ele é um garoto que, infelizmente, se deslumbrou com o crime. Viu esses bandidos perigosos e achou que fazia parte do esquema. O que ele não sabia é que estava apenas sendo usado. Agora vai ter que explicar à Justiça, porque estava com duas armas, uma delas de uso restrito”, disse o titular da DRF. O rapaz tinha o registro de um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), por crime eleitoral, contra ele. Na noite da última quarta-feira, o bando teria acompanhado o carro-forte de uma empresa de transporte de valores, que seguia de Tabuleiro do Norte para o Icó e conseguido interceptar o veículo.
Segundo Raphael Vilarinho, cerca de 150 tiros de fuzil foram disparados contra o carro-forte e os pneus que são reforçados foram danificados. “Os vigilantes conseguiram parar o carro e saíram correndo para dentro do matagal. O pneu traseiro ficou totalmente danificado pelos tiros. Os vigilantes não tinham o que fazer”, contou Vilarinho.
Conforme o delegado, o bando formado por cinco homens explodiu o cofre do veículo e conseguiu levar uma parte do dinheiro; a outra parte foi danificada durante a explosão. A quantia roubada não foi informada.
Márcia Feitosa
Repórter
fonte DN