-->

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Barbalha-CE: Sem gratificação, agentes de saúde cogitam greve nos PSF’s


Outra greve está prestes a eclodir em Barbalha. Desta vez, são os profissionais da saúde que ameaçam paralisar atividades em todos os postos municipais de saúde. O motivo seria a retenção, por parte da administração municipal, de várias parcelas de gratificações, que deveriam ser pagas às equipes médicas da Atenção Básica. O benefício repassado pelo governo federal, por meio do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (Pemaq), está acumulado em mais de R$ 800 mil nos cofres do município.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Barbalha (Sindmub), Jacqueline Filgueiras, o montante é referente aos repasses dos anos de 2013 e 2014, que foram liberados apenas neste ano, porque, à época, o Ministério Público investigava irregularidades no convênio com a Prefeitura. Mas, segundo ela, a secretária da pasta, Desirée de Sá Barreto, não está gerando os pagamentos às equipes, sob justificativa de cumprir a data de um decreto, baixado pelo prefeito Zé Leite, somente em 17 de junho, oficializando a criação da gratificação para a categoria, no município.

Conforme Jacqueline, o acordo realizado entre a Prefeitura e os servidores da saúde antecedeu, cerca de dois anos, a data do decreto. Portanto, as gratificações de R$ 400,00 para cada profissional da área devem ser pagas aos trabalhadores, principalmente porque os mesmo cumpriram com a sua parte do contrato. O enfermeiro Leonardo Ferreira explica que as equipes dos 11 postos da atenção básica realizam um atendimento satisfatório à população, para que também recebam avaliação positiva do Ministério da Saúde. Somente quando bem avaliados é que o governo dispensa o recurso do Pmaq aos municípios.

O enfermeiro adverte, ainda, os transtornos decorrentes de um movimento grevista nas unidades básicas de atendimento. “Uma paralisação geral é a última opção que queremos, pois sabemos o sofrimento da população carente. Mas o município precisa cumprir seus acordos de valorização dos profissionais da saúde até porque também estamos vulneráveis às doenças infecciosas e virais. Se um dinheiro é destinado para a categoria e a gestora não paga, o que será feito com ele?”, questiona.

Diante da situação, uma comissão de parlamentares foi montada no intuito de facilitar um diálogo entre os servidores e Administração. Entre eles, estão os vereadores Rildo Teles, Bosco Vidal e Epitácio Pessoa. O Sindmub comunicou aguardar por novidades até esta terça-feira (30). Passando disso, uma greve estaria incluída nas pautas das reuniões da categoria.

A equipe de reportagem do Jornal do Cariri tentou agendar entrevistas pessoalmente, por ligações e até mensagens telefônicas com a secretária Desirée de Sá Barreto, mas, até o fechamento desta edição, ela não se pronunciou sobre o caso.

Fonte: Jornal do Cariri