Levantamento do UOL entre senadores indica que o ministro Flávio Dino (PSB) tem 21 votos favoráveis à sua indicação ao STF. O apoio vem principalmente de partidos de esquerda, mas ele ainda precisa convencer parlamentares do centrão para ser aprovado.
O atual ministro da Justiça tem peregrinado pelos corredores do Senado antes da sabatina marcada para o dia 13. Ele corre atrás de ao menos mais 20 votos entre os senadores que não se decidiram.
A oposição tem 23 parlamentares que afirmaram que vão votar contra o nome de Dino. Outros 16 não quiseram responder.
Dino tem que ser aprovado por ao menos 14 votos na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), entre os 27 integrantes. Depois, seu nome vai ser analisado por 81 senadores. No plenário, são necessários 41 votos.
Entre os indecisos e que não responderam estão integrantes do União Brasil, do PP, do PSD e do MDB, siglas que têm ministérios no governo Lula. Esses dois últimos partidos marcaram uma reunião de alinhamento para a véspera da sabatina.
Como o voto é secreto, alguns parlamentares da oposição que não quiseram manifestar sua posição devem votar a favor da indicação. Também pode haver traições dentro dos partidos de esquerda.
Dino já conversou com cerca de 50 senadores, entre eles alguns de oposição, como Hamilton Mourão (Republicanos-RS), e disse não ter ouvido negativas a seu nome.
Com o Congresso esvaziado por conta da COP28, em Dubai, o ministro também tem falado com os parlamentares por telefone.
Ele tem ressaltado seu compromisso com a pacificação nacional, o cumprimento de leis e a boa relação entre os Poderes.
A indicação de Dino mobilizou a oposição a organizar manifestações de rua no domingo. Deputados que viajarão a Buenos Aires para a posse de Javier Milei voltarão mais cedo para participar dos atos.
Na semana anterior à indicação, Dino esteve com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na sequência, o senador Davi Alcolumbre (União-AP) foi chamado para o encontro. Ele é presidente da CCJ, responsável pela sabatina dos candidatos ao STF.
Dino saiu da reunião negando que havia tratado de Supremo. Dias depois, foi indicado ao cargo por Lula.
UOL