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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

DHPP conclui que PM foi morto por bandidos mesmo sem ter esboçado reação

 

Três bandidos suspeitos da morte de um policial militar estão detidos na carceragem do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Fortaleza. Eles acabaram presos após terem ido até à sede daquele órgão policial “tomar satisfações” da razão de estarem sendo apontados como envolvidos no crime. O PM foi morto sem, ao menos, reagir ao ataque dos assaltantes. Foi baleado sem, sequer, ter sacado sua arma.

De acordo com a Polícia Civil, Romário Pereira Silvério, 25 anos; Lucas Salviano da Silva, 25; e José Miquéias da Silva, 19, são os responsáveis pelo assassinato do soldado PM Frank Dellano de Almeida Nunes, 25. O militar foi baleado e morto na manhã do último domingo (20), no quilômetro 93 da BR-116, no Distrito de Cristais, no Município de Cascavel, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Horas após o crime, quando a Polícia fazia uma caçada aos criminosos, os nomes dos três suspeitos logo apareceram nas redes sociais. No dia seguinte, eles se apresentaram no DHPP para questionar a razão de estarem sendo apontados como suspeitos do caso. Mas, segundo a delega Cláudia Guia, titular da 11ª Delegacia do DHPP, não ficou caracterizada uma apresentação espontânea. “Eles estavam sendo procurados a todo instante pela Polícia. Dei voz de prisão aos três”, afirma Guia.

Na pista

A Polícia descobriu também que o PM, que viajava de carro com dois amigos – da Capital em direção ao Município de Iguatu, no Centro-Sul do estado – não reagiu à abordagem dos ladrões, que havia colocados pedaços de pneus velhos na pista para forçar a parada dos veículos. Ao perceberem que um dos reféns no assalto era policial, eles decidiram matá-lo. Baleado, o soldado Frank foi socorrido ao Hospital da cidade de Morada Nova, mas não resistiu, Foi o 16º agente da Segurança Pública morto no Ceará em 2020.

De acordo com o chefe do Comando de Policiamento Especializado de Choque (CPE-Choque), coronel PM Ronaldo Silva, os homens presos costumavam praticar assaltos naquele trecho da BR-116 e já respondem a inquéritos policiais por esta prática. O modo de agir era sempre o mesmo: colocavam obstáculos na pista para forçar a parada dos veículos. Então, saíam do mato nas margens da estrada e atacavam as vítimas.

(Fernando Ribeiro)