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sábado, 31 de outubro de 2020

Ceará registra média de 53 óbitos por mês causados por câncer de próstata até setembro deste ano


Até setembro deste ano, o Ceará já registrou uma média mensal de 53 óbitos causados por câncer de próstata. Dentre os meses, maio teve a maior soma: foram 86 mortes. Os óbitos superam os números do mesmo período do ano passado, quando houve 56 mortes por causa da doença. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), nesta sexta-feira (30).

A média, no entanto, é estável em comparação aos anos anteriores, de acordo com o urologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia - Ceará (SBU), Eduardo de Paula Miranda. “O câncer de próstata é o que mais incide nos homens e tem uma mortalidade relativamente baixa. Contudo, se comparado aos outros tipos de câncer, ele é um dos que mais mata”, diz.

Para evitar os níveis mais graves da doença, que podem ocasionar em morte, o especialista alerta para que haja um diagnóstico precoce do câncer. “Essa doença é do tipo que quando tem sintomas já é muito ruim. Isso significa que o CA está invadindo outros órgãos, saindo da próstata. A maior parte dos cânceres são descobertos após um rastreamento, quando o médico encontra um nódulo ou uma alteração”, esclarece.

“Quando o câncer começa a crescer, pode invadir o canal da urina e pode dar dificuldade para urinar, sangramento na urina, insuficiência renal, além de metástase em regiões do corpo como o abdômen, em casos mais avançados”.

Cuidados

Conforme o urologista, antes da prevenção clínica, há uma prevenção primária para o câncer de próstata, “que significa deixar de ter a doença”. “Um mau estilo de vida, uma má qualidade de saúde, obesidade, tabagismo e outras condições inflamatórias sistêmicas estão associadas à cânceres em geral e também ao de próstata”, explica.

Já a prevenção secundária está relacionado ao diagnóstico precoce. “Se descoberto inicialmente, a chance de cura é próxima a 100% e há um menor efeito colateral do tratamento”. “Como é uma doença silenciosa, então desde o tumor inicial até aparecer sintomas clínicos, como sangramento, há um período médio de 13 anos. Então, se o paciente está fazendo acompanhamento médico ao longo desses 13 anos, eventualmente ele vai encontrar esse tumor numa fase inicial. Isso vai dar mais opções de tratamento. Essa é a importância do diagnóstico precoce”, coloca o especialista.

Segundo a SBU, homens a partir de 50 anos já devem procurar a prevenção da doença. A idade, contudo, diminui cinco anos em casos de fatores de risco. “O fator genético, sem dúvida, é o principal fator de risco. Quanto mais parentes com histórico da doença, mais chances o homem tem de desenvolver a doença. Tabagismo também tem um peso relevante para a doença. Pressão alta, diabetes, colesterol e obesidade, em combinação, também aumentam as chances de desenvolvimento da doença”, afirma.

Novembro Azul

Conhecido como o mês de atenção à saúde masculina, novembro também traz o alerta para preconceitos dentro da sociedade, como explicou o urologista. “Ainda tem homem que acha que ir ao médico é frescura, besteira, coisa de mulher, e isso precisa mudar. A mudança contribui para a qualidade de vida e longevidade do sujeito”.

“O que a gente quer, enquanto sociedade, é que o homem deve ter um cuidado melhor com a saúde, com os hábitos, exames de rotina. Como as mulheres, a partir da adolescência, já fazem acompanhamento com ginecologista, a ideia é conscientizar o homem, em geral, para atenção a sua saúde. Já aqueles partir dos 45 anos, é importante estar mais atento ao câncer de próstata”, conclui.

G1 CE