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quarta-feira, 22 de maio de 2019

Refugiados venezuelanos vivem em condições sub-humanas em Fortaleza

Segundo a comissão de Direitos Humanos da OAB-CE, mais imigrantes podem chegar nos próximos dias
Os venezuelanos pedem dinheiro nas ruas para pagar a hospedagem

Um grupo com cerca de 40 refugiados venezuelanos está vivendo em condições de extrema vulnerabilidade em Fortaleza. Segundo a Comissão de Direitos Humanos da OAB-CE, entre eles estão muitas crianças, adolescentes e mulheres grávidas vivendo em quartos alugados de dois imóveis em péssimas condições no Centro, sem comida e sem roupas. Os imigrantes chegaram à Capital por conta própria no último dia 16. E mais pessoas devem chegar nos próximos dias, em situação semelhante.

Segundo a presidente da comissão da OAB, Virgínia Porto, destaca que a situação dos imigrantes é preocupante. “Eles estão divididos em seis quartos de dois imóveis antigos, com a cobertura danificada”, diz. “Eles não têm roupas, não têm colchões e nem lençóis”, acrescenta.


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Para cada quarto, eles pagam diárias de R$ 15 numa casa e R$ 20 na outra. Para conseguir o dinheiro, os adolescentes vão a cruzamentos pedir ajuda a quem para com o sinal fechado. A comissão levou mantimentos para eles, mas o arrecadado ainda não é suficiente.
Refugiados estão divididos em seis quartos de dois imóveis alugados no Centro.Foto: João Pedro Ribeiro/SVM
Crise humanitária
Os imigrantes são de uma comunidade indígena que vinha sofrendo com a crise humanitária na Venezuela. Eles entraram no País na condição de refugiados e conseguiram chegar a Belém, no Pará. Lá, receberam propostas de trabalho, conforme Virgínia Porto. Contudo, era uma situação análoga à escravidão. “Então eles se desvencilharam e conseguiram chegar em Fortaleza de ônibus”, explicou.
Segundo a advogada, mais refugiados podem chegar em condições semelhantes nos próximos dias. A comunicação com eles é difícil, pois muitos falam apenas um dialeto indígena.
Sem vacinas
Virgínia Porto alerta que a condição de saúde deles é outra preocupação. “São muitas crianças doentes, as mulheres estão quase todas grávidas e não são vacinadas, porque são indígenas que vieram dessa comunidade agrícola.
Palácio Abolição
Reunião
Para discutir a situação dos refugiados na Capital, a Comissão de Direitos Humanos da OAB-CE se reúne na manhã desta quarta-feira (22) com a vice-governadora do Ceará, Izolda Cela. Representantes da Pastoral do Imigrante também participam do encontro.

Red; DN