O clima na cúpula do PSDB cearense é de apreensão diante das declarações do candidato da legenda ao Governo do Estado, General Theophilo, ao Diário do Nordeste, publicadas na edição de ontem. De acordo com membros da sigla, há, sim, infiéis na agremiação que precisam ser punidos por seus atos. Eles também reconhecem que parte da população não conhece o trabalho do postulante, o que torna mais difícil a aproximação junto ao eleitorado.
Apesar de ter demonstrado interesse em se aposentar da política após o pleito deste ano, General Theophilo cumpriu agenda de campanha, ontem, na região do Cariri. O presidente do PSDB, Francini Guedes, confirmou ao Diário do Nordeste que há filiados ao partido que já deixaram claro que não votarão no tucano. A tendência é que tais lideranças apoiem a candidatura do petista Camilo Santana à reeleição.
Ao Diário, na última quarta, Theophilo admitiu, inclusive, que teve desavenças com seu padrinho político, o senador Tasso Jereissati, ao ser informado sobre a impossibilidade de visitar determinados municípios, pois não teria o apoio dos prefeitos daquelas localidades.
"A executiva vai se reunir para definir como tratará essas coisas. É lamentável esse tipo de coisa, porque esses diretórios foram criados há mais de um ano. Que deixem o partido se não querem votar no candidato do partido", reclamou Francini Guedes. Para ele, o candidato tem experiência em áreas como Segurança e Saúde e qualidades que a população tem reclamado, mas, ainda assim, os eleitores não têm demonstrado interesse na candidatura. "A pessoa apresenta suas ideias e ações do passado, mostra que é uma pessoa correta, mas se o eleitorado não quer?", lamentou.
Motivação
Já o coordenador político da campanha do tucano, o ex-governador Lúcio Alcântara, considerou "lamentável que tenham filiados do PSDB que não estejam apoiando a candidatura do General". No entanto, ele reconheceu que isso não é muito raro entre os partidos do Brasil.
Para a candidata do PSDB ao Senado, Dra. Mayra, pessoas "idealistas", como o General, quando se deparam com a realidade brasileira, acabam se abatendo pelo cansaço. "Eu, por exemplo, fui visitar uma comunidade e voltei para casa com vontade de desistir não só da política, mas desistir do País", citou. Ela afirmou, porém, que tem como motivação o desejo de, na campanha, "contribuir e fazer com que as pessoas tenham credibilidade na política".
Red; DN