O apagão que atingiu o Ceará e outros 12 estados do Norte e Nordeste brasileiro, ontem, alterou completamente a rotina de milhares de pessoas. Em Fortaleza, se no início da falta de energia, por volta das 15h48, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ainda havia luz solar e os transtornos estavam relacionados ao tráfego urbano, ao comprometimento da oferta de serviços e a realização das atividades produtivas e domésticas, com o avançar das horas, a escuridão generalizada afetou qualquer tentativa de deslocamentos e permanência nas ruas. Na capital cearense, a população sofreu por pelo menos 2h horas a ausência de energia. Em determinadas regiões da cidade, por volta das 20h, o apagão ainda persistia. Em outras, após retornar, a energia apresentou oscilações e novas quedas.
o Ceará, segundo a Enel Distribuição Ceará, o fornecimento de energia só foi normalizado em todos os municípios por volta das 20h54. Um ausência de energia que perdurou por 5h06. Nesse intervalo de tempo, muitos foram os transtornos. Na Capital, os obstáculos iam desde as tentativas de regressar para casa a simples travessia das ruas. Quem precisou se deslocar ontem durante o apagão teve que redobrar os cuidados, a atenção e a paciência.
O que causou a queda de energia em parte do País
De acordo com o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata Ferreira, a queda no fornecimento de energia foi causada em razão de falha em um disjuntor na Subestação Xingu, no Pará, responsável pela distribuição da maior parte da carga gerada pela Usina de Belo Monte para a Região Sudeste.
Quando o disjuntor foi desligado, houve um excesso de geração de energia para a Região Norte, disparando uma proteção automática em todo o sistema e separando as regiões Norte e Nordeste (entre si) e do resto do país. O blecaute também afetou as regiões Sul e Sudeste, mas sem maior gravidade.
O apagão se iniciou às 15h48, provocando interrupção do suprimento de energia elétrica e levando transtornos a mais de 70 milhões de brasileiros. Ainda não se sabe o que provocou a falha no disjuntor, mas a ONS descartou sobrecarga no sistema, fatores climáticos ou queimadas.
Todas as empresas responsáveis diretamente pelo sistema afetado farão reunião na sexta-feira (23) ou na segunda-feira (26) para detalhar os fatores que contribuíram para a falha no disjuntor.
Blog Erivando Lima / Diario do Nordeste