A força-tarefa da Operação Lava Jato vai entrar com uma ação de improbidade administrativa contra o Partido Progressista (PP), cobrando a devolução de valores desviados na Petrobras pela sigla. É a primeira ação de improbidade administrativa contra um partido envolvido no escândalo do petrolão.
O Ministério Público Federal (MPF) pede o pagamento de R$ 2,3 bilhões em multas e ressarcimento aos cofres públicos. Também é solicitada a perda dos cargos e a suspensão de direitos políticos dos ex-deputados federais Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), João Pizzolatti (PP-SC) e Mário Negromonte (PP-BA), e dos deputados federais Nelson Meurer (PP-PR), Mário Negromonte Júnior (PP-BA), Arthur Lira (PP-AL), José Otávio Germano (PP-RS), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e Roberto Britto (PP-BA), além de João Genu, ex-assessor parlamentar do falecido deputado federal José Janene.
Segundo a ação, integrantes da bancada do PP na Câmara receberam propinas mensalmente, de até R$ 30 mil por mês, por sete anos, até março de 2014. Este seria o caso dos deputados federais Otávio Germano, Luiz Fernando Faria e Roberto Britto. Os desvios, segundo a Procuradoria, ocorreram em contratos da diretoria de Abastecimento da Petrobras - cuja indicação cabia ao PP. O ex-diretor Paulo Roberto Costa, atual delator da Lava Jato, que foi indicado ao cargo pelo partido, também teria atuado em favor da Braskem, empresa do grupo Odebrecht, na renegociação de um contrato de fornecimento de nafta. Daí teria vindo a segunda parte dos valores desviados da Petrobras pelo partido.
No total, a legenda teria recebido cerca de R$ 460 milhões em vantagens indevidas, entre 2004 e 2014, por meio de 'mensalinhos', doações eleitorais e contas no exterior. Além dos deputados que recebiam vantagens individualmente, a cúpula do partido também foi acionada pelo MPF.
Fonte DN