Categoria militar está indignada com valores do aumento previsto com a implantação da Média do Nordeste, proposta pelo governo.
Eliziano, presidente da Associação dos Cabos e Soldados, na entrevista ao "Ceará News"
Policiais e bombeiros militares cearenses decidiram realizar uma nova fase da “Operação Tolerância Zero”, para protestar diante da mensagem de lei encaminhada pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa, com vistas à implantação da Média Salarial do Nordeste. A ação terá início no próximo sábado (21) e vai se estender até o dia 27.
Serão seis dias em que todas as ocorrências policiais atendidas pelas equipes das duas corporações serão encaminhadas diretamente para as delegacias da Polícia Civil. Nenhum tipo de resolução acontecerá por parte dos policiais e bombeiros. Desde uma simples discussão entre vizinhos à pratica de crimes de menor potencial ofensivo, tudo vai parar nas DPs. Com isso, a previsão é que as consequências sejam delegacias abarrotadas e dezenas de viaturas paradas, à exemplo do que ocorreu há uma semana.
Em entrevista ao programa “Ceará News” desta segunda-feira (16), transmitido para todo o estado através da Rede Plus de Rádio FM, o presidente da Associação dos Cabos e Soldados Militares, sargento Eliziano Queiroz, informou que as duas categorias decidiram repetir a operação com vistas a chamar a atenção do Governo diante das reivindicações da categoria.
Além da insatisfação com os termos da mensagem da “Média do Nordeste”, as duas categorias também denunciam o aumento assustador de assassinatos de agentes da Segurança Pública, falta de reposição salarial da inflação entre 2015 e 2016 (o que acarretou perda de 20 por cento do poder aquisitivo), aumento do desconto da Previdência Estadual de 11 para 14 por cento, além da aprovação recente de uma lei estadual que pode deixar as corporações com até 10 anos sem realizar promoções, sem concurso e sem aumento de vencimentos.
Conforme Eliziano Queiroz, “esta mensagem (de lei) não condiz com a realidade. Por isso, pedimos para sentar com o governador para discutir esta situação. Em uma única vez ele nos recebeu e pediu que fizéssemos a nossa proposta. Fizemos duas assembléias, sentamos com o secretário de Segurança Pública (Delci Teixeira) duas vezes. Sentamos com os comandantes da PM e dos Bombeiros, e fizemos a proposta. Mas, o governador decidiu encaminhar a mensagem para a Assembleia sem conversar com a categoria”.
Agora, a categoria decidiu ampliar as manifestações em busca de uma reabertura de diálogo do governador Camilo Santana (PT) com a tropa. Além da deflagração da operação “Tolerância Zero” para o próximo sábado, os militares realizarão uma caminhada no dia 28 e no dia 4 de fevereiro uma assembléia geral.
Por FERNANDO RIBEIRO