As barracas abandonadas na Praia do Futuro, em Fortaleza, continuam sendo um problema para moradores e barraqueiros que ainda trabalham na região. Os espaços desocupados estão sendo utilizados como esconderijo de assaltantes, bem como de armamento. Diariamente, policiais militares capturam adolescentes e adultos roubando em trechos dos bairros Serviluz e Caça e Pesca. Entretanto, desde 2011, há um entrave judicial para a demolição dos estabelecimentos em toda orla da Praia do Futuro, na Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).
Mesmo sem a decisão judicial, conforme a Prefeitura de Fortaleza, um estudo georeferencial já foi realizado na Praia do Futuro. O diagnóstico foi levantado para avaliar quais barracas continuam em estado de abandono, bem como vistoriar as documentações. O estudo apontou que 28 barracas estão sem uso em todo a faixa de areia da Praia do Futuro. Os órgãos municipais aguardam autorização da Superintendência do Patrimônio da União no Ceará (SPU) para demolir os estabelecimentos, ainda sem previsão.
De acordo com a presidente da Associação dos Empresários da Praia do Futuro, Fátima Queiroz, foi formado um grupo de trabalho para solucionar os problemas das barracas abandonadas no ano passado. "Nós devemos retomar nos próximos meses a conversa com o prefeito Roberto Cláudio". Ela diz que tanto os barraqueiros quanto a Prefeitura compreendem que os locais estão sendo usados como pontos de crimes e moradia.
Na manhã de ontem, enquanto a reportagem visitava algumas barracas, policiais militares detiveram três adolescentes próximo a uma barraca na Avenida Zezé Diogo. De acordo com o tenente Wellington, do Batalhão de Policiamento Turístico do Ceará (BPTur), o trio pegou a bolsa de uma senhora que caminhava no calçadão. Os adolescentes foram capturados e encaminhados à Delegacia da Criança e Adolescente (DCA).
O garçom Antônio Sales revela que os assaltos são constantes. "Outro dia, eles quebraram a perna de uma idosa e roubaram uma grávida. A gente até vê policiai aqui, mas os assaltos ocorrem em horários que eles estão almoçando ou muito cedo".
Alerta
Segundo os barraqueiros, os policiais chegam por volta de 8h, enquanto os assaltos ocorrem de 7h às 8h e também durante próximo ao meio-dia. A maranhense Silva Helane está há sete dias de férias em Fortaleza. Instalada em uma pousada com uma amiga e a filha, ela foi informada por funcionários do estabelecimento que não saísse com objetos de valor naquela área.
Apesar do casos relatados pela população, segundo o tenente-coronel e relações públicas da Polícia Militar, Andrade Mendonça, os registros de assaltos e furtos na região são baixos nos últimos meses. "O que pode está ocorrendo é que essas informações não estejam sendo informados à Polícia".
O último recurso apresentado pelo MPF, conforme a assessoria do TRF5, está sob a relatoria do desembargador federal Manoel de Oliveira Erhardt e será julgado pelo Pleno do TRF5, provavelmente, no início de 2017. O documento tem 84 volumes e 18.453 páginas.
Já a última atualização, segundo o MPF, ocorreu em fevereiro deste ano. O MPF, por meio da Procuradoria Regional da República da 5ª Região, recorreu da decisão da Quarta Turma do TRF5 em relação às barracas instaladas na Praia. A turma havia decidido, por maioria, que todos os quiosques deveriam ser mantidos no local, exceto os que estivessem abandonados ou tivessem sido construídos após a decisão judicial que vedou a realização de qualquer obra ou benfeitoria nova naquela área.
ENQUETE
Como você avalia a situação?
"Já tive a casa invadida. Levaram meus eletrônicos e roupas. Não se pode viver assim. É preciso que tirem essas barracas abandonadas, pois elas não servem para nada. O policiamento ainda é pouco para cá"
Lidiane Santos
Operadora de caixa
"É necessário um trabalho para revitalizar essa região. Não adianta só jogar policiais aqui, até porque eles não conseguem cobrir todas as áreas. Falta mais atenção dos donos desses imóveis com seus bens"
Charles Almeida
Garçom
Diário do Nordeste
Mesmo sem a decisão judicial, conforme a Prefeitura de Fortaleza, um estudo georeferencial já foi realizado na Praia do Futuro. O diagnóstico foi levantado para avaliar quais barracas continuam em estado de abandono, bem como vistoriar as documentações. O estudo apontou que 28 barracas estão sem uso em todo a faixa de areia da Praia do Futuro. Os órgãos municipais aguardam autorização da Superintendência do Patrimônio da União no Ceará (SPU) para demolir os estabelecimentos, ainda sem previsão.
De acordo com a presidente da Associação dos Empresários da Praia do Futuro, Fátima Queiroz, foi formado um grupo de trabalho para solucionar os problemas das barracas abandonadas no ano passado. "Nós devemos retomar nos próximos meses a conversa com o prefeito Roberto Cláudio". Ela diz que tanto os barraqueiros quanto a Prefeitura compreendem que os locais estão sendo usados como pontos de crimes e moradia.
Na manhã de ontem, enquanto a reportagem visitava algumas barracas, policiais militares detiveram três adolescentes próximo a uma barraca na Avenida Zezé Diogo. De acordo com o tenente Wellington, do Batalhão de Policiamento Turístico do Ceará (BPTur), o trio pegou a bolsa de uma senhora que caminhava no calçadão. Os adolescentes foram capturados e encaminhados à Delegacia da Criança e Adolescente (DCA).
O garçom Antônio Sales revela que os assaltos são constantes. "Outro dia, eles quebraram a perna de uma idosa e roubaram uma grávida. A gente até vê policiai aqui, mas os assaltos ocorrem em horários que eles estão almoçando ou muito cedo".
Alerta
Segundo os barraqueiros, os policiais chegam por volta de 8h, enquanto os assaltos ocorrem de 7h às 8h e também durante próximo ao meio-dia. A maranhense Silva Helane está há sete dias de férias em Fortaleza. Instalada em uma pousada com uma amiga e a filha, ela foi informada por funcionários do estabelecimento que não saísse com objetos de valor naquela área.
Apesar do casos relatados pela população, segundo o tenente-coronel e relações públicas da Polícia Militar, Andrade Mendonça, os registros de assaltos e furtos na região são baixos nos últimos meses. "O que pode está ocorrendo é que essas informações não estejam sendo informados à Polícia".
O último recurso apresentado pelo MPF, conforme a assessoria do TRF5, está sob a relatoria do desembargador federal Manoel de Oliveira Erhardt e será julgado pelo Pleno do TRF5, provavelmente, no início de 2017. O documento tem 84 volumes e 18.453 páginas.
Já a última atualização, segundo o MPF, ocorreu em fevereiro deste ano. O MPF, por meio da Procuradoria Regional da República da 5ª Região, recorreu da decisão da Quarta Turma do TRF5 em relação às barracas instaladas na Praia. A turma havia decidido, por maioria, que todos os quiosques deveriam ser mantidos no local, exceto os que estivessem abandonados ou tivessem sido construídos após a decisão judicial que vedou a realização de qualquer obra ou benfeitoria nova naquela área.
ENQUETE
Como você avalia a situação?
"Já tive a casa invadida. Levaram meus eletrônicos e roupas. Não se pode viver assim. É preciso que tirem essas barracas abandonadas, pois elas não servem para nada. O policiamento ainda é pouco para cá"
Lidiane Santos
Operadora de caixa
"É necessário um trabalho para revitalizar essa região. Não adianta só jogar policiais aqui, até porque eles não conseguem cobrir todas as áreas. Falta mais atenção dos donos desses imóveis com seus bens"
Charles Almeida
Garçom
Diário do Nordeste