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terça-feira, 26 de abril de 2016

Senado elege Raimundo Lira presidente da comissão do impeachment

Os senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Raimundo Lira (PMDB-PB) - Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA - Um dia após o Senado eleger seus 21 membros, a comissão especial que analisa o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff tem nesta terça-feira sua primeira reunião. Os trabalhos foram abertos às 10h28m. Logo no início do encontro, o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) foi eleito presidente. Já o nome de Antonio Anastasia (PSDB-MG) para relator enfrentou divergências entre os senadores, que agora discutem a indicação. Os aliados de Dilma não concordaram com a eleição por aclamação de Anastasia. Lira disse que fará, nesse caso, votação nominal.



A senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) já apresentou questão de ordem para que o advogado Flavio Costa Pereira, que trabalha para o PSDB, seja incluído como autor da denúncia junto com os juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr e Janaina Paschoal. O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), afirmou que Pereira assinou apenas como advogado dos juristas e não como autor. A questão levantada por Vanessa tenta evitar a eleição de Anastasia tentando alegar a suspeição dele.

Por ser o membro mais velho, coube a Lira convocar a reunião. O DEM e o PSDB queriam que a comissão se reunisse ainda na segunda para a escolha dos dois cargos, mas Lira manteve a data de terça-feira. Indicado pelo partido para ocupar o posto, o peemedebista deve ser confirmado como o presidente da comissão. Antonio Anastasia (PSDB-MG), por sua vez, enfrenta resistência para a vaga de relator. O governo e o PT tentam evitar o tucano na relatoria, mas até o momento contam com apenas cinco senadores contrários ao impeachment na comissão.

A comissão terá até 9 de maio para concluir seu trabalho. A previsão é de que, até o dia 12 de maio, o plenário do Senado decida se admitirá ou não o processo de impeachment. Se aprovado por maioria simples, ou seja, por 41 dos 81 votos dos senadores, a presidente Dilma será afastada por 180 dias.

Caso no plenário os pró-impeachment consigam 41 votos Dilma será afastada por até 180 dias para que a Casa leve o processo adiante. Enquete realizada pelo GLOBO mostra que 49 senadores já declararam voto pela admissibilidade do processo.

Aberto o processo, a comissão vai fazer diligências e analisar as provas. Caso conclua que houve a prática de crime de responsabilidade o caso será levado novamente a plenário para "pronúncia". Na última votação, serão necessários 54 votos para afastar Dilma de forma definitiva.

Agência O Globo