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segunda-feira, 7 de março de 2016

Segurança aciona contingente extra e traça estratégia contra atentados

Fachada do 3º DP, atingida ontem, a alguns quarteirões da SSPDS

A sequência de atentados que atinge Fortaleza há cinco dias colocou em emergência o aparato de Segurança Pública do Estado. Férias de policiais foram canceladas e folgas foram suspensas para reforçar o efetivo diante da crise. Já vinha havendo mobilização espontânea de policiais civis e militares, que se apresentaram voluntariamente para ajudar na segurança às instalações, segundo informou o delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Andrade Júnior.

Ele afirmou ainda que os serviços de inteligência estão mobilizados e já têm pistas de suspeitos. Imagens de câmeras de segurança de delegacias mostram as ações, mas até ontem não haviam sido identificados os autores dos ataques aos prédios. No caso dos atentados contra ônibus, quatro homens foram presos e três adolescentes foram apreendidos na noite da última quarta-feira.

Além do contingente policial extra, foi traçado plano de ação, com estratégias para proteger os prédios da área de segurança e Justiça e para capturar criminosos. “Sob pena de comprometer o êxito das ações, não podemos revelar detalhes”, argumentou Andrade Júnior.

Escalada de violência

Nos últimos cinco dias, foram registrados 12 atentados em Fortaleza e um em Caucaia, na Região Metropolitana, contra veículos de transporte coletivo e prédios públicos das áreas de Segurança e Justiça.


O ataque mais recente ocorreu na madrugada de ontem. Por volta de 1 hora, tiros foram disparados contra o 3º Distrito Policial (DP), na avenida Bezerra de Menezes — distante alguns metros da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social. Um policial teve ferimentos leves no joelho.

Foi o quinto ataque contra delegacias em quatro dias. No dia em que começaram os atentados contra prédios públicos, na última quinta-feira, 3, prédio da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) também foi alvejado. A Sejus é responsável pela administração do sistema prisional do Ceará. No mesmo dia, granada de mão também foi lançada contra o 27º DP, no João XXIII, mas não explodiu.

Os ataques contra ônibus começaram na quarta-feira, 2. De lá para cá, seis foram incendiados, além de uma topique também atacada. Diante da onda de violência, na quinta-feira e na sexta, ônibus deixaram de circular durante a noite, deixando muita gente sem ter como voltar para casa em muitos pontos de parada.

Trabalhadores


Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Ceará (Sinpol-CE), Gustavo Simplício, a situação é de “alerta” entre os policiais. Trabalhadores do transporte público reúnem-se na noite de hoje para apresentar pesquisas realizadas em campo sobre a segurança dos profissionais e discutirá medidas emergenciais.

O Povo Online