Alejandro Dominguez, 44, foi eleito nesta terça (26) o novo presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). O mandato vai até 2019.
Ele foi candidato único depois que o uruguaio Wilmar Valdez, 50, retirou seu nome -Valdez presidia interinamente a Conmebol. Dominguez recebeu o apoio das dez confederações.
Valdez tinha apenas três votos (Uruguai, Equador e Peru) dos dez possíveis, e desistiu de concorrer.
“Alejandro Dominguez é quem pode dirigir a instituição com o apoio de todas as associações”, disse Valdez em pronunciamento no Congresso extraordinário, em Luque, no Paraguai.
O acordo já estava desenhado entre as três principais confederações, a paraguaia (que tem poder por ser o país-sede da Conmebol), Brasil e Argentina, até para as três vice-presidências.
Foram eleitos para primeiro vice o colombiano Ramon Jesurun e para segundo o venezuelano Laureano González.
Como previsto, Dominguez foi indicado como vice-presidente da Fifa, representando a Conmebol, e Luis Segura, presidente da AFA (Associação de Futebol da Argentina), um dos membros da América do Sul no comitê executivo da Fifa -o outro é o brasileiro Fernando Sarney, vice-presidente da CBF. É provável que Wilmar Valdez ocupe uma quarta vaga que a Conmebol terá na Fifa a partir de fevereiro.
Ligado ao Olímpia, tradicional clube paraguaio três vezes campeão da Libertadores (1979, 1990 e 2002), Dominguez é homem de Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol preso em dezembro de 2015 acusado de corrupção. Ele foi vice-presidente da Associação Paraguaia de Futebol de 2007 a agosto de 2014, quando assumiu a presidência ocupando a vaga de Napout, que se tornou o principal dirigente da Conmebol.
A reportagem apurou que desde o momento da prisão de Napout, em dezembro de 2015, Dominguez era o favorito para assumir a Conmebol bancado pelas três principais confederações: a paraguaia, que tem poder por ser o país-sede da Conmebol, o Brasil e a Argentina.
A vitória de Dominguez manterá, por exemplo, os contratos vigentes dos direitos comerciais das principais competições organizadas pela Conmebol, como a Libertadores e a Copa América.
A venda dos direitos desses torneios foi o que levou à prisão os três últimos presidentes da Conmebol (Napout, o paraguaio Nicolás Leoz e o uruguaio Eugenio Figueredo), além de outros cartolas do continente, como o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Todos são acusados pela Justiça dos EUA de receber propina para negociar essas competições para determinadas empresas de marketing esportivo.
Valdez estava aberto a ouvir novas propostas, como de uma empresa uruguaia chamada Global Sports Partners, o que incomodava os cartolas que hoje comandam a Conmebol, que não querem ver o assunto à tona depois das prisões.
Folha Press