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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Violência, drogas e superlotação dominam o Presídio Feminino Auri Moura Costa

O assassinato de uma detenta na última terça-feira (10), cujo corpo com marcas de espancamento e ferimentos de arma branca, além de ter sido ocultado em uma lixeira, revelou a grave situação em que se encontra a única unidade destinada ao recolhimento de mulheres no Sistema Penitenciário do Ceará, o Instituto Presídio Desembargadora Auri Moura Costa.
Localizado em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), aquela unidade apresenta atualmente um grave quadro de superlotação, intenso tráfico de drogas, falta de higiene  e completa insegurança.

O corpo da presidiária Ana Cláudia Matos de Sousa, 25, só foi encontrado pela manhã, durante uma vistoria das agentes penitenciárias. Além das marcas de violência, o cadáver estava  amarrado com um fio elétrico, amordaçado e manietado (mãos amarradas).

Ana Cláudia estava recolhida no presídio desde o mês de dezembro do ano passado, quando foi condenada pela Justiça pelos crimes de roubo e tráfico de entorpecentes.  Ela também figurou numa investigação que apurou o uso indiscriminado de telefones celulares dentro das celas. O fato veio à tona quando Cláudia e outras internas publicaram nas redes sociais fotografias em que todas aparecem em poses sensuais.

O crime ainda está sob mistério. Policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estiveram no presídio logo após a descoberta do cadáver  e iniciaram as investigações. Já existem nomes de suspeitas do assassinato.  Já a Secretaria Estadual da Justiça e da Cidadania (Sejus), abriu uma investigação administrativa para apurar o caso.

Lotação

O “Auri Moura Costa” conta hoje com uma população carcerária em torno de 800 detentas, quando sua capacidade real  é de abrigar em torno de 370 internas. A superlotação  tem deixado o clima além em constante tensão. Conforme o relato de pessoas que ali vão visitar as presas, as celas estão abarrotadas e o pouco número de agentes penitenciárias para fazer o controle disciplinar também gera insegurança.

São as próprias detentas que fecham suas celas após o jantar. O tráfico de drogas também é denunciado como intenso e a entrada de telefones celulares é revelado através das constantes postagens que as internas fazem nas redes sociais e em aplicativos como o WhatsApp.

Blog do Fernando Ribeiro