O Ceará atingiu a média de três doações efetivas de órgãos e tecidos para transplantes a cada quatro dias do mês, com a captação de três doações na noite de quinta-feira, 12 de novembro, no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), no Instituto Dr. José Frota (IJF) e na Santa Casa de Misericórdia, em Sobral. O número projeta captação superior às 22 doações efetivas alcançadas em outubro - a melhor do ano até o momento. Em novembro já são nove doações efetivas e, no ano, 163. Em 2014 foram efetivadas 220 doações em todo o ano.
O processo de doação e transplante no Ceará tem apresentado comportamento distinto a partir do mês de julho, em relação ao primeiro semestre do ano. De janeiro a junho deste ano o Ceará registrou 64 recusas familiares (43%) em 150 entrevistas para captação de doadores de órgãos e tecidos realizadas no semestre. No período foram notificados 260 potenciais doadores. Desses, 84 (32%) foram doadores efetivos. Entre julho e outubro, foram 45 recusas familiares (36%) em 124 entrevistas realizadas. No segundo semestre, até outubro, foram notificados 179 potenciais doadores e 79 (44%) foram efetivados.
O resultado dessa mudança se reflete nos números de transplantes. O Ceará realizou mais transplantes de janeiro a outubro deste ano que no mesmo período do ano passado. Em dez meses foram realizados 1.183 transplantes em 2015 e 1.163 em 2014, ano em que foi estabelecido o recorde de 1.399 transplantes. Em termos de doações efetivas, no ano passado a média mensal foi de 18 doadores efetivos, com total de 220 no ano. Este ano, a média mensal no primeiro semestre ficou em 14 doadores efetivos e, entre julho e outubro, em 19,75.
A maioria dos transplantes é feita a partir de doadores com morte encefálica. Ainda assim, a decisão quanto à doação é da família do potencial doador. Por isso a importância de quem deseja ser doador de órgãos comunicar à família esse desejo. Apesar da morte encefálica, o coração do doador deve permanecer batendo até o momento da cirurgia de retirada dos órgãos que serão transplantados. Se o coração parar de bater, só poderão ser doados alguns tecidos, como as córneas.
Pelos tipos de transplantes realizados no Ceará, um único doador tem a chance de salvar ou melhorar a qualidade de vida de pelo menos 11 pacientes que estão na fila de espera. Na doação, órgãos e tecidos que podem ser aproveitadas para transplante são os dois rins, dois pulmões, coração, fígado e pâncreas, duas córneas e três valvas cardíacas. Quando um doador é efetivado, com o sinal positivo da família para a doação, a retirada de órgãos e tecidos e o transplante devem obedecer em prazos estabelecidos, já que existe tempo máximo de preservação desses órgãos e tecidos fora do corpo (ver quadro).
Até outubro deste ano foram realizados no Ceará 22 transplantes de rim, 5 de rim/pâncreas, 18 de coração, 158 de fígado, 3 de pulmão, 64 de medula óssea, 690 de córnea, 13 de esclera e 10 de valva cardíaca. Em novembro, foram realizados até o dia 12, 8 transplantes de rim, 4 de fígado, 1 de medula óssea e 10 de córnea, totalizando 23 transplantes.
Tempo para retirada e transplante de órgãos e tecidos
Órgão/ tecido | Tempo máximo para retirada | Tempo máximo de preservação extracorpórea |
Córneas | 6 horas pós parada cardíaca | 7 dias |
Coração | Antes da parada cardíaca | 4 a 6 horas |
Pulmões | Antes da parada cardíaca | 4 a 6 horas |
Rins | Até 30 minutos pós parada cardíaca | Até 48 horas |
Fígado | Antes da parada cardíaca | 12 a 24 horas |
Pâncreas | Antes da parada cardíaca | 12 a 24 horas |
Assessoria de Comunicação da Sesa