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sábado, 3 de outubro de 2015

Procuradoria aciona Governo do CE para apurar desaparecimento de argentino em Jericoacoara

A Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Ceará comunicou à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), nesta sexta-feira, 2, sobre o desaparecimento do argentino Leonardo Iudicello, de 30 anos, na praia de Jericoacoara, e pediu que fosse designada uma equipe de delegado e inspetores para ajudar nas investigações acerca do sumiço do turista, no dia 14 de junho.

O irmão de Leonardo, Alejandro Iudicello, disse que após o desaparecimento do turista, viajou para Jijoca de Jericoacoara e deu início a uma investigação por conta própria. Leonardo estava no Brasil desde o dia 17 de março, com familiares, e esteve na Praia da Pipa, em Natal (RN). Em seguida, todos viajaram para a praia de Canoa Quebrada, no município de Aracati, Ceará.

Por último, Leonardo viajou sozinho para Jijoca de Jericoacoara, onde permaneceu por pelo menos três semanas na vila. Alejandro diz que Leonardo passou cinco dias na Lagoa do Paraíso, em seguida voltou para o camping, na Vila de Jericoacoara. No acampamento, a barraca do argentino pegou fogo, com todos os pertences, que incluíam notebooks, documentos e roupas. O turista não foi encontrado na barraca e segue desaparecido desde o dia 14 de junho.

Em conversa com pessoas de Jeri, Alejandro disse obteve a informação de que irmão não estava na barraca quando o fogo se alastrou. Ele diz que o Leonardo fez muitos amigos na Vila de Jericoacoara.

Uma das últimas pessoas que o teriam visto relatou que Leandro pediu um cigarro e voltou para a barraca para pegar um isqueiro. Em seguida, essas contaram que viram uma luz e pensavam se tratar de um carro. Porém, o clarão aumentava. Quando foram até o local, a barraca do argentino estava em chamas. O irmão do desaparecido relata que ninguém soube dizer se o incêndio foi provocado ou acidental.

Jeri
De acordo com o promotor de Justiça de Jericoacoara, Francisco das Chagas, a informação do desaparecimento chegou nesta sexta-feira,2,  por meio do irmão de Leandro. "Conversamos com a embaixada da Argentina e fizemos contato com a Segurança Pública sobre o início da investigação, que ocorreria na Vila de Jericoacoara".

"A última informação que a família teve de Leandro foi no dia 14 de julho, por meio de uma mensagem no Whatsapp", explicou. Argentina De acordo com a consulesa da Argentina, Alejandra Belém Bombém, no Brasil existe uma rede de nove consulados e todos estão em parceria cuidando do caso. Jornais argentinos, como o Clárin, divulgaram o desaparecimento de Leonardo, lançando uma campanha para ajudar a localizá-lo. "Una familia y todo un país esperan encontrá-lo", disse.

Iudicello é graduado em Turismo e viaja frequentemente. Mora em Villa Cura Brochero, em Córdoba, onde trabalha de forma temporária para levantar dinheiro e viajar para lugares diferentes.

O jornal argentino relatou que a comunicação do turista com a família foi cortada em julho, mas que o momento de mais preocupação foi o dia 11 de setembro, justamente a data de registro da passagem de Leonardo, que o levaria de volta para Argentina. O bilhete não foi utilizado e ele segue desaparecido desde então.

Procuradoria de Justiça
Segundo o procurador-geral de Justiça do Ceará, Ricardo Machado, existem pistas fornecidas pelo irmão de Leonardo que podem ajudar como informações preliminares. "Servirão de indícios para que a Polícia possa desencadear o trabalho de investigação. Esperamos que a partir de segunda-feira, 5,esteja designada esta equipe pelo secretario de segurança e que os trabalhos se iniciem de modo mais efetivo no sentido de se encontrar o cidadão de nacionalidade efetiva o mais breve possível”, comentou.

Segundo o assessor da procuradoria Geral, Marcus Renan Palácio, o Instituto Médico Legal (IML) de Sobral e de Fortaleza não confirmaram a entrada de corpo com as características repassadas por Alejandro desde o período do desaparecimento.

Caso Gaia
Há mais de nove meses a turista italiana Gaia Molinari, 29, foi encontrada morta na localidade de Serrote, na Praia de Jericoacoara. Gaia esteve Fortaleza, em um hostel onde trabalhava em troca de hospedagem, com a amiga carioca Mirian França, 31. As duas haviam se conhecido na capital Cearense. O caso teve repercussão internacional e foi investigado pela Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur). Ninguém está preso e a autoria do crime segue como um mistério.

O Povo Online