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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Weber e a gestão do pesadelo


O que prometia ser um conto de fadas virou pesadelo, de sorte que o “véu diáfano da fantasia” (Eça de Queirós) não esconda “a nudez forte da verdade”. A gestão Weber Araújo precisa ser desnudada em sua essência ideológica, para que se possa erguer o véu da ignorância que encobre os olhos de alguns inconsequentes, impedindo-os de enxergar os fatos. Não há como negar que essa administração atingiu o ápice de uma marca administrativa pautada na inversão de valores, onde a vida humana tem menos valor do que uma palmeira de palhas secas em meio ao sol escaldante do sertão.

Mas, o slogan não é “Nossa maior obra é cuidar das pessoas”? Cretinice de uma filosofia política afundada em denúncias de irregularidades. O novelo dessa gestão está eivado de discursos que substancialmente se perdem na retórica. A prática entra em desarmonia com as ações. Isso ficou bastante perceptível ao longo desse mandato. Tudo o que está sendo feito com a desfaçatez de ser em beneficio do povo, precisa-se apurar quem, realmente, está sendo beneficiado com essas ações. 

Algumas denúncias feitas na Câmara Municipal, como é o caso do superfaturamento na compra do fardamento escolar e a polemica que o parlamentar Paulo Santiago levantou, ao afirmar que o calçamento da Rua Padre Raul Vieira está sendo financiado com o dinheiro dos professores, não pode cair no esquecimento. Insisto nesse tema por se tratar de um recurso federal que não pode ser desviado para outros fins. O Ministério Público precisa dá uma resposta à sociedade de Russas. A recomendação de que o prefeito não faça mais descontos nos proventos de aposentados, já foi um bom começo. No entanto, muitas outras denúncias feitas pelos vereadores também precisam ser apuradas pelo MP. 

A gestão do prefeito Weber Araújo virou pesadelo para muitos que apostaram nas falácias sem fundamentações. Vou ratificar essa questão, ressaltando alguns desmandos administrativos. Vejam: Os professores municipais nunca foram tão desvalorizados financeiramente; o piso salarial dos Agentes de Saúde e Endemias (Lei 12994/14), não está sendo cumprido pelo gestor; a constatação da má qualidade da merenda escolar nas escolas municipais, por parte de uma comissão de vereadores e, com um fator ainda mais agravante, mudanças nos itens licitados por outras marcas de qualidade inferior; a revolta de moradores com a derrubada de árvores na Praça Monsenhor João Luiz para plantar palmeiras, ferindo os dispositivos gerais da Lei 9605, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de atividades lesivas ao meio ambiente.

A declaração em plenário do vereador Haroldo Torquarto – líder do prefeito – afirmando que somente os opositores estão insatisfeitos com a atual gestão, é de causar náuseas. Então, quem procura um posto de saúde e não é atendido por falta de médico, se tiver votado no prefeito, não fica indignado com o caos? Os eleitores do Weber ficaram satisfeitos com a desativação do CEO municipal, os que discordam dessa medida, só divergem porque não votaram nele? A falta de medicamento nos postos de saúde só desagrada aos adversários políticos, aos aliados, não? 

Mas que ideologia vagabunda é essa? Respeitem os eleitores que confiaram nas falsas promessas e nos devaneios ideológicos. Não subestimem a capacidade de o povo discernir as ações de quem foi eleito para defender o bem social. Mesmo o prefeito chamando de “besta”, aqueles que ficam indignados com certas atitudes, a população tem o direito de questionar os custos da nova arborização feita com carnaúbas, e quem está se beneficiando com esse projeto. A sociedade está acordando de seu berço esplendido e não aceita mais que o prefeito Weber, em Russas, seja a fé, a lei e o rei.

Por: Carlos Eugênio
Matéria: Tv Russas