Se disputasse hoje a eleição presidencial, o ex-presidente venceria apenas no eleitorado de menor renda e escolaridade
Realizada na segunda quinzena de junho, a pesquisa do Ibope mostra que Lula seria derrotado por 48% a 33% em um eventual segundo turno comAécio Neves - em votos válidos, sem contar os indecisos e os que não optariam por nenhum dos dois, o resultado seria 59% a 41%. Se o adversário de Lula fosse o Governador Geraldo Alckimin, haveria empate técnico: 40% para o tucano e 39% para o petista - ou 51% a 49%, em votos válidos.
Na segmentação do eleitorado por sexo, idade e tamanho do município, Aécio venceria em todas as frentes. Já na divisão por renda e escolaridade, Lula ficaria à frente, de forma isolada, apenas entre os eleitores que ganham até um salário mínimo e com até quatro anos de estudo. A geografia do voto o petista só ganharia na região Nordeste.
O levantamento do Ibope mostra um refluxo do apoio ao petista mesmo no eleitorado de baixa renda: Aécio ganharia de Lula até entre os que ganham de um a dois salários (53% a 47% dos votos válidos). A vantagem do tucano aumenta à medida que cresce a renda, até chegar a 72% a 28% na faixa dos que ganham acima de cinco salários.
A diretora executiva do Ibope, Márcia Cavallari, observa que, em 2002, Lula teve votação bastante homogênea em diferentes segmentos sociais e regiões do País. Foi em 2006 que o eleitorado lulista se concentrou nas classes e regiões mais pobres. Essa clivagem se repetiu nas vitórias de Dilma, em 2010 e 2014.
Márcia Cavallari destaca que é preciso levar em conta que o número de indecisos, hoje, é muito maior do que seria se, de fato, estivesse perto de uma eleição. "É fato que a base de Lula diminuiu, mas não se pode dizer que ele esteja morto, em termos políticos", ressalta.
Diario do Nordeste