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sexta-feira, 3 de julho de 2015

CRISE HÍDRICA: Água será reduzida para RMF e irrigação no Baixo Jaguaribe



Limoeiro do Norte. A água ofertada para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) será reduzida em 28%. Já para a irrigação do Baixo Jaguaribe, o corte será um pouco maior, de 31,25%. Foi o que ficou decidido ontem pela manhã durante o XXII Seminário e Alocação das Águas dos Vales do Jaguaribe e Banabuiú, que definiu como será distribuída a reserva hídrica dessas Bacias no segundo semestre, diante da situação de baixo volume dos açudes. Outra definição é que o Castanhão vai operar com vazão de 22m³/2.

Os principais açudes dessas bacias são Banabuiú, na bacia do Banabuiú; o Orós, no Médio Jaguaribe e o Castanhão, no Baixo Jaguaribe. Atualmente, eles estão, respectivamente, com 1.2%, 43.15% e 19.33% de suas capacidades.

Destes, apenas o Açude Castanhão possui condições de manter o abastecimento humano e a produção dos municípios do Baixo Jaguaribe. O Banabuiú está voltado exclusivamente para o abastecimento humano, enquanto o Orós mantém uma mínima produção e piscicultura.

Para o segundo semestre, a operação do Banabuiú, que abastece os municípios de Morada Nova, Ibicuitinga e o próprio município de Banabuiú, deverá ficar abaixo de 1m³/s (0,08m³/s).

Já para no caso do Açude Orós, que atende à Bacia do Salgado, Médio Jaguaribe e Bacia do Banabuiú, além de ser estratégico para as Bacias Metropolitana e Baixo Jaguaribe, houve um embate entre as propostas de vazão apresentadas sobre a utilização da água, já que é o açude que dá suporte para outros grandes açudes no Estado. A vazão deverá ficar em 4m³/s.
O açude Castanhão, como maior açude público para múltiplos usos do Ceará e do Brasil, é utilizado para irrigação do Baixo Jaguaribe, abastecimento urbano das cidades ao longo do leito do Rio Jaguaribe e Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e piscicultura.

A proposta de vazão que segue para irrigação na Chapada do Apodi no segundo semestre é a redução dos atuais 4m³/s para 2.75m³/s, o que representa menos 31,25%.

De acordo com o presidente da Federação das Associações do Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi (Fapija), Raimundo César dos Santos, com a redução para a agricultura irrigada haverá um impacto de menos 25% da atual produção do perímetro. "Somos sabidos da situação que é resultado de quatro anos de seca no Ceará, nós sabemos que precisamos ajudar, mas é fato que vamos ser prejudicados com essa redução. O que queremos é que essa programação da redução seja pra todos e não punir apenas alguns projetos", afirmou.

Ainda de acordo com ele, a redução não irá prejudicar apenas os irrigantes, que são 324, além de um grupo de empresários que atuam no Perímetro, mas também o abastecimento humano de 3 mil famílias que retiram água da Chapada.

De acordo com o presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), João Lúcio, este ano foi o pior nos últimos 17 anos para a recarga dos açudes do Estado, e a dificuldade demanda um planejamento visando assegurar água para o abastecimento humano em 2016. "Temos um alerta da Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos) para um ano que vem de poucas chuvas, então temos que olhar que em 2016 esteja assegurado o abastecimento humano e ver onde ainda podem ser atendidas atividades produtivas", afirmou João Lúcio.

Atualmente, segundo o presidente, das 12 bacias do Estado, apenas as bacias do Jaguaribe, Litoral e Salgado possuem aporte hídrico para atender o abastecimento humano e atividades produtivas. Sobre o consumo da RMF, ele acrescentou que haverá redução.

"Fortaleza também terá um nível de restrição para que possa haver uma economia de água, tanto pelo Canal do Trabalhador quanto pelo Eixão das Águas. Fortaleza consome hoje 12.5m³/s, sendo 8m³/s pelo Eixão e 3m³/s pelo Canal. Nossa proposta é reduzir em torno de 9m³/s, uma redução significativa que representa quase 30%. A capital vai ter que economizar", alertou.

Mais informações:

Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ceará
Fone: (85) 3241-0561
Cogerh
Fone: (85) 3218-7020

Ellen Freitas
Colaboradora
Fonte /DN