O Ceará contabilizou, em 2014, um total de 35 casos de mortes ocasionas por choque elétrico. O Estado é terceiro do Nordeste com maior número de óbitos envolvendo eletricidade. De acordo com dados divulgados no último levantamento da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), os acidentes com eletricidade, no ano passado, tiveram um aumento de 17,7% em relação a 2013.
No Brasil, ainda segundo a Abracopel, foram contabilizadas 627 mortes por choque elétrico só no ano passado, enquanto, em 2013, o País registrou 592 óbitos. O estudo mostra que os homens ainda são as maiores vítimas dessas ocorrências, com 560 casos contra 67 de acidentes fatais envolvendo mulheres. O Nordeste foi a região que mais apresentou casos de mortes por choque elétrico, com 42%, totalizando 266 óbitos.
O estado da região com maior número de incidências é a Bahia com 68 mortes, seguida por Pernambuco com 51. O Sudeste totalizou 20% das mortes, seguido pelo Sul com 19%, o Centro-Oeste aparece em quarto com 10%. Já o Norte foi a região com o menor índice, registrou apenas 9% dos casos.
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Os acidentes envolvendo eletricidade, que segundo os dados da instituição somam os choques elétricos aos incêndios por curtos-circuitos e também acidentes envolvendo descargas atmosféricas (raios), foram de 1.222 em 2015 (em 2014, este total foi de 1.038 acidentes).
Os acidentes por eletricidade foram 822, sendo 627 fatais. Já os curtos-circuitos totalizaram 311 casos, sendo que 295 evoluíram para incêndio resultando em 20 mortes (todas em residências).
As descargas atmosféricas também foram responsáveis por um total de 89 acidentes, sendo que 46 pessoas perderam a vida.
Outro dado que chamou atenção foi o crescente número de acidentes fatais em residências, somando, 180 mortes. Se contabilizados todos os ambientes habitáveis, além de ambientes externos de prédios residenciais, o número sobe para 214.
Mais dois fatores se mostraram preocupantes na pesquisa. Foram os 89 óbitos por uso incorreto de extensões, benjamins (o famoso T) e tomadas, além dos 45 acidentes fatais por fios condutores partidos dentro de ambientes residenciais. Em vias públicas, 12 pessoas foram a óbito.
O estudo aponta que os óbitos de crianças na faixa etária de 0 a 5 anos foram registrados 20 casos. O número sobe para 34 quando trata-se de crianças até 10 anos.
Já na faixa etária de 15 anos, o índice aumenta ainda mais, 69 mortes. Somando os adolescentes entre 16 e 20 anos, foram 107 óbitos por acidentes elétricos. Ainda segundo a pesquisa, os adultos que mais perdem a vida nesses acidentes têm idade entre 21 e 40 anos, com um total de 325 mortes.
O diretor executivo da Abracopel, Edson Martinho, aponta como os grandes problemas para os crescentes números o maior acesso, por parte da população, a energia e aos equipamentos eletrônicos e a falta de conscientização das pessoas.
Incêndios
Os acidentes envolvendo sobrecargas de energias que evoluem para curtos-circuitos e incêndios tiveram um grande aumento em 2014, de acordo com os dados da Abracopel. A região Sudeste destacou-se com 39% das ocorrências, seguida pelo Nordeste com 23%; o Sul aparece em quarto lugar nas ocorrências com 14%; o Centro-Oeste apresentou 13% nas incidências e o Norte apenas 11%.
Ainda segundo a pesquisa, do total de 295 incêndios originados por curtos-circuitos, 136 ocorreram em ambientes residenciais, 118 ocorreram em residências unifamiliares (casas). Nestes acidentes, 20 pessoas perderam suas vidas.
Fonte DN