A falta de perspectivas da juventude com a vida no campo é fator de aumento do êxodo rural. Diante da escassez de oportunidade de educação tecnológica e
trabalho para fixar a mão de obra, os jovens migram em direção às cidades. Este problema preocupa o Ministério do Desenvolvimento Agrário e é agravado
no Nordeste com o prognóstico de uma estação de chuvas 60% abaixo da média histórica, que configura o quarto ano consecutivo de seca.
Para conter a evasão, ajudar a reverter o quadro de migração do campo e prover de conhecimento o trabalhador no interior nordestino para o convívio com a condição do clima, foi proposto a criação de Centros Tecnológicos do Semiárido ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. A proposta é de adaptação do modelo do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) como ponto fixo para os cursos do Pronetec, a transferência dos conhecimentos da Embrapa com laboratórios e oficinas para práticas profissionalizantes e apoio do BNB às micro e pequenas empresas rurais.
Para agilizar a realização do projeto, o autor da proposta, Ariosto Holanda, ex-deputado federal, esteve este mês com o ministro Patrus Ananias e sugeriu a criação de uma organização social, a Sociedade de Estudos e Ciências Aplicadas ao Social (Secas). A proposta de instituir a entidade com objetivo de ser qualificada pelo governo, conforme prevê a legislação federal para realizar seus objetivos por meio de contrato de gestão, já foi discutida pelo seu idealizador com o ministro da Educação, Cid Gomes, que manifestou interesse em que atenda também o MEC, além do MDA e Ministério da Agricultura.
“Vou procurar Cid e aprofundar a discussão”, disse Patrus Ananias ao declarar que gostou muito da proposta – relata Ariosto Holanda. Segundo ele, após a audiência o ministro fez questão de levá-lo à porta do gabinete, e ao abrir, disse que “volte de novo”, lembrando que o ex-deputado nunca esteve na sua presença para pedir nada, e sim para propor ações importantes.
Fonte: Diário do Nordeste