Brasília. O presidente da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), Nelson Leite, disse ontem, que praticamente todas as empresas de distribuição de energia devem pedir ao governo para realizar um reajuste extraordinário em suas tarifas. Esse aumento, segundo ele, deve começar a ser percebido pela população em março. "Eu acredito que todas deverão pedir, a não ser a empresa que tenha reajuste extraordinário em fevereiro, essa não vai precisar", afirmou.
A declaração foi dada após reunião com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, quando Leite anunciou que o consumidor brasileiro deve sentir no bolso as novas e mais pesadas tarifas de eletricidade a partir das contas de luz do mês de março. O executivo lembrou que, no próximo dia 20 de janeiro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abrirá consulta sobre os critérios para o reajuste extraordinário das tarifas, que deve ocorrer em fevereiro.
"A conta de luz de março já trará os novos valores. Cada empresa apresentará um pedido de reajuste, baseado nos critérios que devem ser aprovados agora em janeiro. Será um porcentual diferente para cada distribuidor", reafirmou.
Componente para a revisão
Segundo o presidente da Abradee, todas as empresas do setor deverão apresentar pedidos de reajuste extraordinário. Ele ponderou, no entanto, que as companhias que tenham reajuste anual marcado já para fevereiro não precisarão de um reajuste extra, pois os valores que serão incorporados às contas de luz entrarão no processo tarifário dessas empresas. Das 64 distribuidoras, apenas seis alteram seus preços em fevereiro, segundo calendário da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). São elas: a CPFL Jaguari (SP), CPFL Mococa (SP), CPFL Santa Cruz (SP), CPFL Leste Paulista (SP), CPFL Sul Paulista (SP) e a Energisa Borborema (PB).
Em todos esses casos, os reajustes devem ocorrer ainda na primeira semana de fevereiro. Assim, os gastos extraordinários serão mais um componente em avaliação pela revisão. Em todos os demais casos, o ajuste adicional, que também deve ser aprovado em fevereiro, servirá para que essas empresas comecem a recolher dinheiro suficiente para pagar o aumento no preço da energia de Itaipu (que subiu 46% neste ano) e os gastos da conta CDE (Conta de Desenvolvimento Energético). Com a aprovação em fevereiro, como planejam as empresas, o consumidor começará a pagar uma conta mais alta em março.
DIÁRIO DO NORDESTE