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quarta-feira, 25 de junho de 2014

Irmão de taxista esquartejado diz que família espera que suspeito do crime


O administrador Sérgio Inácio Silveira, de 33 anos, disse, nesta quarta-feira, que gostaria que no Brasil houvesse prisão perpétua e que, desse modo, o suspeito de matar seu irmão, o taxista Francisco de Assis Coelho Neves, de 34, ficasse o resto de vida na cadeia. Anderson Gomes Aleixo, de 35 anos, foi preso em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, nesta terça e confessou a agentes da 32ª DP (Taquara) ter dado uma martelada, depois esfaqueado e em seguida esquartejado a vítima com uma machadinha. O delegado Rodolfo Waldeck já pediu a prisão do suspeito à Justiça pelo homicídio.
- É um monstro. Um cara desses não pode voltar a viver na sociedade. Eu e minha família temos medo de que um dia ele saia da prisão e venha atrás de um de nós, buscando vingança - disse Sérgio.







O crime teria acontecido por ciúmes. Segundo as investigações, Anderson descobriu que sua mulher, grávida de cinco meses, e Francisco trocavam mensagens pelo Facebook - os dois eram amigos de infância. Enlouquecido, ele preparou uma armadilha, se passou pela mulher na rede social e marcou um encontro com o taxista, na noite do último dia 8. Ele matou Francisco e jogou os restos mortais dele num córrego em Realengo, também na Zona Oeste.
- Não sabia de relacionamento do meu irmão com essa moça. O Francisco teve um grande amor na sua vida e, recentemente, esse relacionamento acabou. Ele, então, passou a sair muito e se envolveu com algumas mulheres. Mas sobre essa especificamente, ele nunca falou nada - disse Sérgio.
Desde a tarde desta terça, a polícia faz buscas para tentar encontrar os restos mortais do taxista. O administrador disse que a família espera que as equipes tenham sucesso:
- Queremos dar um enterro digno para o meu irmão. É o que nos resta agora. Não estou acompanhando nada de perto. Tudo o que quero agora é receber um telefonema dos policiais avisando que encontraram o Francisco e que ele está no IML (Instituto Médico-Legal).
Família em desespero
Desde o sumiço do irmão, Sérgio conta que não come, não dorme e não tem ânimo para sair de casa. Ele se diz “anestesiado”. Chorando, o administrador contou que recebeu um telefonema do pai logo após o suspeito de matar Francisco ter sido preso:
- Ele chorava muito e perguntou: “Onde está Deus nessa história?”. E hoje telefonou novamente. Não conseguia parar de chorar depois de saber detalhes do que fizeram com o meu irmão. Disse: “Vi na internet que esquartejaram meu menino”. Que mundo é esse, meu Deus, em que um pai tem que passar por isso? - desabafou Sérgio.
Cárcere privado
Além de matar Francisco, Anderson é também suspeito de, depois de descobrir a troca de mensagens, manter a mulher em cárcere privado. Ela, uma ex-aeromoça, conseguiu fugir quando o suspeito saiu de casa para receber um pagamento por um trabalho. A mulher pediu ajuda a parentes, que ligaram para a polícia. Por isso, Anderson acabou preso. Na delegacia, ele contou que ao atrair Francisco para o encontro, obrigou a ex-aeromoça a abrir a porta para o taxista, evitando, assim, que ele desconfiasse de algo e fugisse.

Fonte G1