O governo Dilma fez uma avaliação positiva dos protestos da quinta (15), mas que contém uma preocupação que vai levá-lo a intensificar as operações de inteligência e de controle de atos violentos.
Segundo assessores presidenciais, o ponto positivo foi a confirmação de que as manifestações não atraíram grandes concentrações de pessoas, não tiveram apoio da classe média e foram organizadas por movimentos difusos, sem lideranças.
O ponto negativo ficou por conta dos atos violentos, principalmente em São Paulo –insuficientes para impedir algum jogo da Copa, mas com potencial para prejudicar a imagem do país no exterior.
Por isso, segundo a Folha apurou, o governo vai ficar mais atento e rigoroso no controle da atuação de grupos como os "black blocs", que, apesar de minoritários, têm poder para causar desgastes.
Os atos violentos, por sinal, fizeram diminuir o apoio aos protestos de rua. Pesquisa Datafolha de fevereiro mostrou que a rejeição aumentou de 15% em junho de 2013 para 42%. Já o apoio caiu de 81% para 52% no período.Por outro lado, o Planalto acredita que a ação de grupos violentos vai inviabilizar qualquer tentativa de fazer com que as manifestações ganhem mais adesão da população até o início da Copa.
Para auxiliares de Dilma, a falta de forte adesão popular diminui e muito uma das preocupações: a de prejuízos à campanha de reeleição.
A avaliação é que surtiu efeito o trabalho desenvolvido pelo ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), que intensificou contatos com movimentos sociais para convencê-los dos benefícios da Copa.
O balanço aponta que a maior parte dos protestos foi feita por movimentos sociais organizados, com os quais a gestão sabe lidar –e dos quais conhece as reivindicações.
Um assessor diz que, com eles, é muito mais fácil trabalhar e negociar. Diferentemente do ano passado, quando a maioria dos manifestantes não era ligada a grupos organizados e era mobilizada por meio das redes sociais.
Nesta sexta (16), o governo divulgou vídeo em que defende o Mundial. "Será que a Copa vai ser boa para o Brasil? Sim, vai ser boa", diz uma apresentadora no material postado no site da Secretaria-Geral da Presidência, de pouco mais de três minutos.
O vídeo diz ainda que, desde 2010, o investimento em saúde e educação foi mais de 100 vezes maior que na Copa.
Fonte: Folha.com