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sábado, 3 de maio de 2014

Problemas com falta de vacina antitetânica persiste há quase um ano



A falta no estoque de vacinas antitetânica é um problema que persiste desde julho do ano passado e atinge não só as pessoas que sofrem um acidente, mas principalmente as gestantes. Um exemplo disso é o caso de Diego Sousa e sua esposa Aline Alves, que estava grávida. O casal percorreu diversos postos de saúde em Fortaleza, mas devido a falta das vacinas, Aline acabou tendo o filho sem ser vacinada, colocando em risco sua vida e a da criança. O problema foi enviado à Redação Web do Diário do Nordeste através da ferramenta VCRepórterno WhatsApp pelo número (85) 8948-8712.


No caso da família de Diego Sousa, sua esposa estava grávida, e devido a gestação eles procuravam pela dose do medicamento, já que nas gestantes a vacina antitetânica éobrigatória. Segundo Diego, eles foram em mais de 7 postos de saúde na Capital e Região Metropolitana. "Levei minha esposa no posto de saúde da Jurema, em dois do Parque Potira, em mais dois do Araturi, em todos do Conjunto Ceará, no Genibaú, no Centro, em vários eu procurei para que ela fosse vacina, pois estava grávida, mas não encontramos", relata.
De acordo com Diego, quando questionou sobre essa falta, os responsáveis alegaram que esse problema acontece em todo o Estado. "Eles ainda falaram que a demanda era grande e que existe até fila de gestantes esperando". 
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que existe um problema com o fornecedor do produto. "O Instituto Butantan, responsável pela fabricação da vacina, está com dificuldades para produzir. Esse problema é no Brasil inteiro e ocorre  devido a falta de uma matéria prima ", disse a assessoria. 
Ainda segundo a Secretaria, os postos de saúde da Capital não estão sem a vacina e sim com um estoque reduzido, mas que continuam efetuando as vacinações. "Temos um número reduzido por causa dessa dificuldade no fornecimento, mas continuamos com as vacinações, principalmente nos casos de emergência, como acidentes graves e a vacinação de gestantes, essas são as prioridades". 
Instituto responsável por produção das vacinas está em obras
Procurada pela reportagem, o Instituto Butantan informou que a produção das vacinas DT (Difteria e Tétano) e DTP (Difteria, Tétano e Coqueluche) está temporariamente suspensa em virtude das obras que estão sendo realizadas para atender às exigências da Boas Práticas de Fabricação (BPF), nos termos das normas Anvisa. 
O Instituto afirma que os trabalhos estarão concluídos em 2015 e até lá o Ministério da Saúde suprirá a demanda por aquisição das vacinas junto ao Fundo Rotatório da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS).
Ministério da Saúde afirma que enviou 125 mil vacinas para o Estado
A assessoria do Ministério da Saúde se pronunciou sobre o caso alegando que enviou à Secretaria Estadual de Saúde do Ceará 125,1 mil doses da vacina DT e que em caso de redução do estoque estratégico, a orientação é que as secretarias de saúde realizem o agendamento dos atendimentos para evitar desperdícios de doses.
Doença pode ocorrer de duas formas acidental e neonatal
O tétano é uma doença não transmissível e não é contagiosa, podendo ocorrer de duas formas: acidental e neonatal. No caso acidental pode ser evitado pelo uso da vacina DPT durante a infância e também com a vacina dupla adulto (dT) em adultos. Já o tétano neonatal pode ser evitado por meio da vacinação das gestantes durante a realização do seu pré-natal.
Diário do Nordeste